quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Irritação Nossa de Cada Dia.

O que fazer quando uma irritação vinda sabe-se lá de onde, por que, como ou quando se aloja no seu corpinho?! Estou naqueles dias que nem "aqueles dias" são piores. Nada me agrada, me anima, me interessa. Nem ver filme, nem ouvir música, nem ler (meu Deus! Eu comecei a ler um livro e nem lembro qual é!), nem sair, nem dormir, nem escrever aqui. Nem.


Minha vontade é de, sei lá, dar uma pirada. Já aconteceu com você?! Admito que isso já aconteceu outras vezes comigo, mas estava rareando. É quase como um surto psicótico. Ou é um tipo de. Será?! Eu deveria me tratar. Mas isso eu já faço. É, eu não devo ter muitas esperanças.


Só pra dizer que eu estou irritada. Não sei com o que ou quem ou porque, quando, como, onde e o blá blá blá de cima...


Pra terminar, Spiderwebs. "Sorry I'm not home right now, I'm walking into spiderwebs, so leave a message and I'll call you back".






quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Há que se notar
a diferença que há
Entre amar
e sufocar

Há que se perceber
Se quando de fora se vê
Proteger
Não parece, na verdade, esconder

E há que se convir
que às vezes, existir
resistir ou insistir
nada mais é que fingir

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Eu Já Sei

Eu já sei de cor
Todas as suas manias
Todos os seus defeitos
Todas as suas desculpas.

Eu já sei a cor
Da sua camiseta preferida
E a cor que você fica (eu creio)
Quando sente culpa.

Eu já sei a dor
De promessa não cumprida
Romance que acaba no meio
De me sentir nula.

Eu já sei, amor
Que tudo faz parte da vida
Não importa o quão feio
Todo mal tem uma cura.

Sweet Dreams (ARE MADE OF THIS)







Sweet dreams are made of this
Who am I to disagree?
I travel the world
And the seven seas -
Everybody's looking for something.

Some of them want to use you
Some of them want to get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused.

Sweet dreams are made of this
Who am I to disagree?
I travel the world
And the seven seas -
Everybody's looking for something.

Some of them want to use you
Some of them want to get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused.

Hold your head up
Movin'on
Keep your head up
Movin'on

Hold your head up
Movin'on
Keep your head up
Movin'on

Hold your head up
Movin'on
Keep your head up
Movin'on

Sweet Dreams are made of this
Who am I to desagree?
I travel the world
And the seven seas -
Everybody's looking for something

Some of them want to use you
Some of them want to get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Poema da dor

Pus uma música triste
Pra me lembrar de você
Meu coração que insiste
Que quer chorar e sofrer
E essa dor que persiste
Que teima em aparecer
E se a gente resiste
Só faz a dor crescer
Mas quando a gente desiste
Ela enche o nosso ser
E pra toda dor que existe
Há um remédio pra resolver

Ser Você

E se eu quiser ser você por uns tempos?!
Sei lá, vestir suas roupas, beber no seu copo,
Dormir de dia pra acordar de noite
Trocar o ônibus pela sua moto?!

E se eu fizer isso, só de brincadeira?!
Trocar o escritório pelo espetáculo musical
Escrever umas letras, compor melodias
Seria isso tão simples, rápido e banal?!

E se eu quiser trocar de lugar com você?!
Você vai lá pra casa e descansa um pouco
Dessa vida agitada que você tem levado
Enquanto eu me divirto nesse seu mundo louco

(Im)Paciência

Quem diria que
a minha paciência 
iria derramar 
quase toda. 

E o que sobrou 
estou usando 
de conta-gotas 
com medo de acabar. 

Por isso que 
às vezes sou 
um tanto quanto 
grossa ou rude. 

Quem me conheceu 
agora não me reconhece; 
e quem não me conhece 
prefere continuar assim. 

Estou perdendo 
rapidamente 
a paciência 
comigo mesma. 

Opções

Vendo no guia 'internético' (essa palavra não existe) de cinema quais as opções de filme para me enfiar na véspera do feriado numa sala escura e fria, que me fará querer uma blusa mesmo estando no verão. Deprimente. Puramente deprimente. Vejamos o que está passando nesse fim-de-ano nas salas de SP (pelo menos nas melhores):


Tropa de Elite 2 - Ouvi falar desse filme por TODO O MUNDO. TODO MUNDO está comentando esse filme. O que significa: eu não quero assistí-lo. Até faço aquela cara de "oh! que interessante...", mas eu sinceramente não quero assistí-lo. Foi a mesma coisa ano passado e "AVATAR": todo mundo falou, eu não queria assistir, eu assisti e continuei não querendo assistí-lo - mesmo já o tendo feito. Próximo.


Harry Potter e blá blá blá parte 1 - Seria importante ter lido algum livro da série?! Eu não li. Seria bom ter assistido aos filmes anteriores?! Eu não assisti. Tudo bem, é só pra se divertir mesmo?! Not. Harry Potter é quase o que eu disse em Tropa 2, só que elevado ao máximo de potências possíveis. Não, por favor não. Se o de cima eu não tenho vontade de ver, esse eu tenho vontade de NÃO ver. Próximo.


Tron: O Legado - Oi?! Que filme é esse?! Ele só está passando em zilhões de salas porque não tem nada melhor?! Sobre o que é o filme?! Quem está no filme?! Quantas horas dura o filme?! Ah! não, eu sei muito pouco (isto é, nada) sobre o filme pra gastar muito dinheiro e vê-lo no cinema. Próximo.


Megamente - É um desenho. Fora isso, sei tanto sobre ele quanto o de cima. Bom, também sei que tem um personagem cabeçudo e azul - se não me engano... Agora, se é da Pixar ou da DreamWorks, nem ideia... Sei lá, se eu não procurei saber da história, é porque não me chamou a atenção, logo não é boa... Próximo.


As Crônicas de Nárnia: blá blá blá zzzzzzzzz - Nem preciso dizer nada, né?! Ou preciso?! Preciso?! Então tá. Fora eu mostrar que tudo que me lembre Harry Potter não me interessa (não lembra Harry Potter pra você?! Que bom que eu coloquei o "me" na frente, então), ele não me interessa porque esse tipo de filme nunca me interessa. Fora A História Sem Fim, Jumanji e Zathura - que eu nem lembro se assisti inteiros - esse tipo de filme não me interessa. Próximo.


Muita Calma Nessa Hora - Com certeza! É nacional?! Tem global?! Pode ter certeza que tem palavrão demais, apelação de mais e história de menos. Coisa linda de se ver - NOT. Próximo.


A Rede Social - Pula esse que metade do povo já assistiu e a outra metade não quer. Próximo.


Tem também um outro que eu nunca ouvi falar mesmo: O Mundo Encantado de Gigi - Não. Próximo.


Acabou. Isso o circuito comercial. Vamos para o lado "alternativo" da cidade.


Você Vai Conhecer O Homem Dos Seus Sonhos - Sim. Mas esse eu já combinei de ir com uma amiga minha, então não rola sexta. Próximo.


Tetro - É daquele que fez "O Poderoso Chefão"... Aquele... Não, não o ator, o diretor... O pai da Sofia Coppola... Francis Ford Coppola! Isso mesmo. E é em preto-e-branco. E é sobre... sobre... sobre... Não faço a mínima. É, eu já fui melhor cinéfila (aliás, eu já fui muita coisa melhor do que sou hoje, mas não vamos por esse caminho). Mas então, é dele esse filme. O que não me emociona tanto assim, porque apesar de todo mundo falar da trilogia já citada (que eu nunca assisti - so sorry!), eu tentei - veja bem, tentei - assistir a "Apocalypse Now", e posso te dizer: você pode morrer e ressuscitar 3 vezes, e eles ainda estarão escondidos no nada, ao redor de uma fogueira, falando sobre sabe-se-lá-o-que. Nem. Próximo.


Não tem próximo. Acabou. O circuito alternativo está mais fraco que o normal.


Sugestões, reclamações e outros, nos comentários.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Só Quero

Eu só quero dançar a noite inteira
Enquanto os homens brigam
E o mundo gira
Eu danço

Eu só quero sorrir
Quando me der vontade
Eu não quero fingir
Eu não quero fugir

Eu só quero ser quem eu sou
Do jeito que eu quiser
Sem dar satisfações
Pra onde que vou

Eu só quero
Não querer mais nada
Me dar por satisfeita
Com tudo que tenho

Eu só quero
Continuar querendo mais
E buscando mais
E correndo atrás

Eu só quero viver
Eu não quero entender
Nem me fazer entender
Eu só quero ser


Em construção

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Amor Ódio Trânsito

Tem gente que me ama
Tem gente que me odeia
Tem gente que transita entre um e outro
E eu me encontro nesse terceiro grupo

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Formigas

Formigas
No lixo
Nas janelas
Nos meus braços
No seu colo

Formigas
Formigando por aí
Atrás de um doce
Líquido ou sólido
Quente ou frio
Vivo ou morto

Formigas
Atrás do meu doce
Bolo formigueiro
Atrás do doce
Do chocolate quente

Formigas
Me causam formigamento

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Despedida

Estava pesquisando vídeos do Red Hot para a série de posts que estou fazendo sobre eles (e que serão publicados, tenham fé!), quando me deparo com um clipe deles que ainda não tinha visto - provavelmente um dos 150 que eu ainda não vi. Desecration Smile nunca foi uma das minhas músicas favoritas dele, nem mesmo do último álbum. Mas o clipe... o clipe...


Deixe-me explicar o porque disso: John Frusciante saiu da banda há mais ou menos 1 ano. Seguir projetos solos, blá blá blá. Já tinha feito isso antes uma vez, mas naquela época foi tudo muito conturbado, eles estavam no auge e tals. Dessa vez ele saiu no período de hiato da banda, e o Red Hot não é mais aquela sensação toda também. Ele saiu. Sem brigas. Sem declarações polêmicas. Os outros integrantes já arranjaram um guitarrista substituto. Mas há sempre aquele incômodo inicial, principalmente se formos pensar que John foi o nosso guitarrista favorito dos Chili Peppers - pelo menos foi o meu. E foi também aquele que mais gravou álbuns com a banda.


Mas esse clipe. Nem sei se eles lançaram algum outro depois dele. Stadium Arcadium não teve "aquela" divulgação aqui que todos os singles foram pras rádios e todos os vídeos foram pra TV.  A música "Charlie" tem um clipe que eu nunca consegui ver, só foi liberado nos EUA (sacanagem). Desecration Smile não é a música mais legal do CD (no caso, o "Mars"). O clipe não é nenhum pouco mirabolante. Muito pelo contrário. São só eles. Nenhum deles tocando,  e cantando em algumas partes, outras não. São só eles em um lugar bonito, que nem é bem mostrado, porque a câmera focaliza neles - somente neles.


Então eu tive um clique. Senti que aquela era a despedida do John. Ele se despedindo da banda, os outros se despedindo deles. Só eles.  Era aquilo. A música, nesse caso, é propícia. É calma, tem uma melodia bacana, uma letra que só Anthony Kiedis deve ser capaz de entender (ou nem ele). E o clipe. Eles juntos. Ora cantam, ora não. Mas estão juntos. Isso é o que importa.


Com certeza o clipe não foi feito com a intenção de ser a despedida do John. Quando gravado, eles nem sabiam que ficariam esse tempo parados (ou sabiam, sei lá). John ainda era parte daquilo tudo. E de uma certa forma, continuará sendo. Hillel Slovak foi o cara que começou tudo isso. Dave Navarro fez um ótimo trabalho com os Peppers. Mas John sempre será o guitarrista dos Chili Peppers, e eu acredito que ele tenha orgulho disso - espero.


Eu tenho o costume de procurar um fim simbólico para as coisas que às vezes não tem um fim visível. Como no caso daquele episódio do Chaves, que todos estão em Acapulco, e cada um vai se despedindo dos demais, até ficar somente o Chaves na praia. Pra mim aquele é o episódio final de Chaves - e se você também acreditava nisso, sinto lhe informar que o SBT só comprou direitos de exibição de uns 250 dos quase (ou mais de) 1000 episódios. Pois é.


Então John, como uma grande fã da banda, mas também sua, eu me despeço de você e te desejo toda a felicidade do mundo, que você continue lançando suas músicas esquisitas e tocando tão bem quanto você tocou todos esses anos para nós. Eu só não te desejo sucesso, porque tenho a impressão que isso não é algo que lhe agrade tanto assim - e também porque você já tem muito prestígio no seu meio, e isso é o mais importante.







Desecration Smile



All alone not by myself
Another girl bad for my health
I seen it all thru someone else
(Another girl bad for my health)


Celebrated but undisturbed
Serenaded by the terror bird
It's seldom seen and its never heard
(Serenaded by the terror bird)

Never in the wrong time or wrong place
Desecration is a smile on my face
The love I made is the shape of my space
My face, my face

Disintegrated by the rising sun
A rolling black out of oblivion
And I'd like to think that I'm your number one
(I'm rolling black out of oblivion)

I wanna leave but I just get stuck
A broken record runnin' low on luck
There's heavy metal coming from your truck
I'm a (broken record runnin' low on luck)

Never in the wrong time or wrong place
Desecration is a smile on my face
The love I made is the shape of my space
My face, my face

We could all got down to
Malibu and make some noise
Coca Cola doesn't do the justice
She enjoys
We could all come up with
Something new to be destroyed
We could all go down

I love the feeling when it falls apart
I'm slow to finish but I'm quick to start and
Beneath the heather lies a meadowlark
And I'm
(Slow to finish but I am quick to start)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Rascunhos

Tanto nesse, quanto no outro (e no ainda outro) blog, tenho mais postagens que rascunhos. Beleza. Mas mesmo assim me impressiona o tanto de textos guardados - alguns terminados, outro largados pela metade, e mais outros que estão apenas começados. Mas são rascunhos ainda. E eu tenho as minhas dúvidas se algum já postado seja algo além de um rascunho - do que eu sou.
Rascunhos. Parece que a gente passa a vida inteira se preparando para... viver! Como se houvesse um treino, ou ensaio. A gente escreve de lápis, acreditando que vai dar tempo de voltar de passar a caneta por cima de tudo. A gente faz um rascunho da vida. Mas em que momento vamos passar isso a limpo?!
Eu tenho medo dessa época: fim-de-ano. Medo e pena. Por mim e pelos outros. Por que a gente promete ser melhor no ano que virá, se ainda dá tempo de fazer tanta coisa nesse ano ainda?! Por que a gente planeja fazer tudo o ano-que-vem, mas não faz nada durante esse mês?! Por que a gente começa a riscar a agenda de 2011, se nem terminou de anotar na de 2010?! Por que a gente joga quase um mês fora, na expectativa de outros 12 meses - que virão, como tantos outros, e passarão, como todos que já passaram?! Por quê?!
Por que somos melhores na teoria do que na prática. Por que prometer ser melhor e fazer mais, é muito diferente de cumprir. E alguns conseguem viver tranqüilamente com a promessa de algo - sem que isso precise se concretizar.
Mas eu não. Percebi que quanto mais protelo, mais sofro. Quanto mais procrastino, mais tempo perco. E nessa história de deixar tudo pra depois, e mais prometer que cumprir, eu vou escrevendo a minha vida no rascunho - só que eu não sei quanto tempo vou ter pra passar a limpo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Carinho X Correntes

Parece ser opinião da grande maioria que mandar correntes com mensagens sobre amizade é a forma mais rápida, prática e indolor de demonstrar carinho pelos outros. Por que então eu não sinto esse carinho todo?!
Começa que a mensagem não vem só pra mim. Não, eu não quero que você mande a mesma mensagem individualmente, escrevendo meu nome lá em cima, ou qualquer coisa do gênero. Eu só não quero ver toda a sua lista de contatos. Use cópia oculta. Se o seu medo é que seus amigos não saibam que você já mandou pra determinadas pessoas, e assim mandem repetidas vezes uns para os outros, nem se preocupe. Quem costuma repassar isso não costuma checar pra quem já foi enviado; vai direto no botãozinho 'encaminhar' e zás!, todo mundo vai receber a mesma corrente 50 vezes. Dizem que quanto mais você recebe, é porque mais pessoas gostam de você. Comecei a desconfiar disso quando recebi esse tipo de mensagem de quem eu nem conhecia - sei lá, devem ter visto meu e-mail entre tantos outros que não foram mandados na cópia oculta.
Já que falamos disso, vamos aproveitar o gancho. Vai mandar o seu com cópia oculta?! Obrigada. Me faça mais um favor, então. Demonstre seu carinho por quem te mandou isso, e apague os rastros dele. "Como é?!" Isso mesmo, apague os rastros dele. Apague o endereço de e-mail dele (que vai aparecer quando você for encaminhar), apague os contatos dele (se ele ainda não aprendeu a usar o Cco.), apague as informações dele. Aproveita e apaga também aqueles anúncios que ficam no pé da página, eles são um saco e só fazem volume.
Apagou tudo?! Muito obrigada. Agora, dá um formatada no texto. "Oi?!" Isso, dá uma formatada no texto. Vê se não tem erros crassos de português - erro bobo, como acentuação, pontuação, erro de digitação, eu até deixo passar. E quando você escreve muito errado no msn, também. Mas se essa é uma mensagem de carinho e afeto, demonstre todo esse afeto pela sua língua materna também. Ela sofre tanto...
Ortografia e gramática ok?! E essa profusão de cores, tamanhos e estilos de letras variados?! É proposital?! Sério mesmo?! É nessas horas que eu descubro que aquela amiga super séria na verdade é um poço de alegria. Mentira. As amigas sérias não mandam correntes. Então está certo. Você é colorida, você é divertida, você pode me mandar mensagens esfuziantes. Mas arruma o parágrafo. "O quê?!" Arruma o parágrafo. Sabe, as mensagens às vezes vem tão desconfiguradas que mesmo numa tela widescreen de 20 polegadas, você ainda tem que ficar andando com a setinha, da esquerda pra direita, e vice-versa. Arruma o parágrafo. Vai ficar show!
Formatação pronta, erros corrigidos, rastros apagados, cópia oculta pra todo mundo. Deixe uma mensagem pessoal. "Para tudo!". Não não, deixe uma mensagem pessoal, pra eu ter certeza que você tem realmente todo esse carinho por mim (nós). Entenda: não é pra por o meu nome, mas sim o seu. Assinatura automática está valendo. Se quiser deixar um recado curtinho - 'lembrei de você...', 'beijos', 'espero que goste(m)' - melhor ainda. Não se preocupe. Se tocar no meu coração encaminhar a mensagem, eu apago o seu recado e escrevo o meu; ou você prefere que eu mantenha o seu?!
Dá muito trabalho?! Ué, eu sempre leio que devemos 'perder' um minutinho re-enviando essas mensagens pra quem amamos. Perca dois e me faça muito mais feliz. Pense bem. Mensagem todo mundo encaminha. Agora, mensagem com estética legal, sem erros de português, sem a lista de contatos das 25 pessoas anteriores que mandaram aquilo, sem aquele monte de 'FW' ou 'ENC' no assunto (sabia que tinha esquecido de algo!)... será quase uma mensagem nova!
Sou chata?! Pra caramba! Mas esse monte de mensagens não se apaga sozinha da minha caixa de entrada, e às vezes eu nem acho a mensagem no meio de tanto lixo que vem junto. Demonstre seu carinho por mim me poupando de tudo isso.
Unsbeijos,

Aninha

domingo, 5 de dezembro de 2010

Show Me Love







Heartbreaks and promises
I've had more than my share
I'm tired of giving my love
And getting nowhere, nowhere

What I need is somebody
Who really cares
I can't put my love on the line,
That I hope you'll understand

So baby if you want me
You've got to show me love
Words are so easy to say, oh yeah
You've got to show me love

I'm tired of getting caught up
In those one night affairs
What I really need is somebody
Who will always be there

So baby if you want me
You've got to show me love
Words are so easy to say, oh ah yeah
You've got to show me love

Show me, show me baby
You've got to give it to me,
Give it to me, give it to me yeah
I don't want no fakes, don't want no phony
I need you love

Show me, show me, show me baby
Give it to me, give it to me

You've got to show me love

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Criatividade out

Alguém roubou
descaradamente,
desumanamente,
humilhantemente,
minha criatividade

Esse alguém me obrigou
A abusar de advérbios;
A repetir a exaustão verbos;
A fazer releituras de provérbios;
Me fez perder a dignidade.

Ele (ou ela) me tornou
uma pessoa sem idéias.
Como um circo, que na estreia,
percebe estar sem plateia.
Acabei perdendo a identidade.

Separação

Na divisão dos Bens
Quem fica com as lembranças?!
Quem conta pras crianças
O futuro que nos sobrevém?!

Na partilha dos móveis e automóveis
Nós ficamos inertes, imóveis
Separando os objetos, inanimados
Segurando o choro e sofrendo calados

O passado a gente deixa lá atrás
Finge que não dói: "Tanto faz..."
Diz que esqueceu pra não lembrar
Fecha a porta e sai, quando quer ficar

Mente pra família e pros amigos:
"Nunca mais deixo isso acontecer comigo!"
Fica se culpando, se coloca de castigo
Quando o que mais precisa é de um afago, um abrigo

E o futuro, o que se faz com ele?!
Ele não para, não espera, ele segue
"Pois então, ele que me carregue,
depois eu vejo o que faço dele..."

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

(Mais) Meninas e (Menos) Meninos

"E eu gosto de meninos e meninas" Verso da música Meninos e Meninas, da Legião Urbana. Eu, particularmente, prefiro as meninas. Não no sentido sexual ou romântico da palavra. Mas no geral, mulheres são mais atraentes que os homens. Vejamos o porquê.
Homens são completamente simples. Mulheres são puramente complexas. Homens tem sentimentos iguais aos nossos, problemas semelhantes aos nossos, relacionamentos afetivos (românticos ou não) idênticos aos nossos. Mas um cérebro diferente. Eu realmente não sei a quantas andam as pesquisas científicas nesse sentido. Talvez tenham descoberto que até o cérebro masculino é similar ao feminino. Mas eu tenho certeza (essa mania de mulher de sempre ter certeza, sempre estar certa) que há uma 'pecinha' neles que funciona de forma diferente da nossa. Mas não importa o que cientistas, psicólogos, cartomantes ou o papa diga. Mulheres e homens são diferentes. Mulheres são muito complicadas. E é isso o que eu amo nelas.
Um dia somos mais bonitas que Gisele Bündchen, Beyoncé e Angelina Jolie - juntas. No dia seguinte (ou até no mesmo dia), nos transformamos no Corcunda de Notre-Dame de saias. Acordamos Cinderellas, Belas e Brancas-de-Neve, de tão boas; pra na hora seguinte estarmos competindo para ver quem fica com os papeis de madrasta/bruxa-ou-rainha má das histórias e contos de fadas. Podemos dar o sorriso mais branco e cristalino para o vizinho e fazer a cara mais feia para o motorista do ônibus - nem 5 minutos depois. Um telefonema pode começar com um "oi meu amorzinho..." e terminar com "quem você pensa que é pra falar assim comigo?!". Sempre temos as nossas razões.
Essa é a melhor parte. As razões que temos para as mudanças de humor. TPM parece durar a vida inteira, ininterruptamente. Dor-de-cabeça, problemas com o chefe, com o trânsito, salário pequeno pra contas grandes. Tudo isso é motivo. Como se homem não passasse pelas mesmas situações - menos a tensão pré-menstrual. Claro que eles tem vias de escape. Mas nós também temos. 
Essa é outra injustiça feminina. Entretenimento feminino é de segunda a sábado, das 18h às 22h - ou seja, novela. Entretenimento masculino pode ser (e nem sempre é) de quarta, quinta, sábado e domingo, 2 horas por dia. E nós somos capazes de reclamar disso. Não vemos graça no esporte favorito da nação (eu sinceramente não vejo), mas é totalmente cabível os italianos falarem português na Itália, um estilista famoso não ter sua identidade secreta revelada ou qualquer outra coisa do gênero. Homem não pode beber com os amigos, mas mulher pode ir ao Shopping sem o namorado/noivo/marido - de preferência, só com o cartão dele.
Queremos ter independência financeira - em partes. Até o jantar de aniversário de namoro/noivado/casamento, num restaurante bem caro - e com cardápio bem exótico (i. é, comida ruim). Ali ele se torna o homem, o provedor, o "cavalheiro". Mas se comprar uma lava-louças, pensando em nos poupar dessa ingrata tarefa, "o que ele está pensando?!". Queremos pagar o ingresso no cinema; mas ele pode nos dar de presente aquele tamanco lançamento metade-do-salário-do-mês (e que se ele pudesse, diria que achou feio - mas ele não pode).
Opinião de homem não vale um centavo. A gente pede só pra fazer o contrário. "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Não corta não, tá bonito" "Você acha então que eu tenho que te agradar, fazer a sua vontade?!". Ou então: "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Corta, vai ficar legal, diferente" "Você não gosta do meu cabelo assim?! O que você tem contra ele?!". Há quem diga que mulher não se arruma pros homens, mas pras outras mulheres. Eu não sei. Mas que ela só ouve os conselhos das amigas, isso é verdade.
Enfim, mulher é mais complicada que matemática espacial, física nuclear, teoria das cordas, genética, filosofia avançada, russo, línguas nórdicas e socialismo político-econômico - tudo junto. Mulher é tão complicada, que nem ela sabe se definir. Tem dia que nem ela mesma se suporta; mas tem dia que ela se ama mais que tudo nessa vida. Deve ser por isso que eu amo ser mulher - hoje; amanhã não garanto acordar não querendo ser homem... brincadeira!

domingo, 28 de novembro de 2010

Não pra mim

Essa calça apertada
Não cabe em mim
Passar a noite na balada
Não é pra mim

Opiniões pré-moldadas
Não servem pra mim
Discussões acaloradas
Não estou afim

Essa mania de querer sempre mais
De nunca ficar em paz
De não olhar pra trás

Essa vontade de viver tudo de uma vez
De se arrepender do que não fez
Querer viver um ano em um mês

E eu me pergunto se foi sempre assim
Se não faz sentido só pra mim
Quando o NÃO virou SIM ?!

Descobriremos o culpado só no fim ?!
Perdemos todos os detlhes e afins
Pra percebemos que estávamos certos e errados, enfim?!

Pela metade

Pensamentos pela metade
Meio poesia, meio prosa
Bloqueios de criatividade
Sinto a mente vagarosa

Explicações

Meu mp4 novo é do mal. Ele não respeita a organização em pastas que eu fiz, pensa que sabe mais do que eu em termos de organização (ele pode não estar errado, mas me recuso a perder pra uma máquina), e bagunça geral as minhas músicas.


Meu mp3 antigo é do bem, mas um pouco limitado em espaço (coitado, 1 GB só), e está com o fone de ouvido quebrado.


Essa novela toda pra dizer que ouvir o primeiro álbum do Red Hot não foi uma tarefa fácil - como se simplesmente ouví-lo fosse. Mas essa semana sai a resenha dele, e se o mundo conspirar ao meu favor, de outros também.


Unsbeijos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Quis (Ser Quem Não Sou)

Eu quis nunca mais
Estar aqui agora
Fugir daqui sem demora
E deixar tudo pra trás

Quis ser diferente do que sou
Trocar de lugar com alguém
Ou mesmo não ser ninguém
Pra não ter que lembrar o que passou

Eu quis fugir de mim e dos outros
Eu tentei ser normal
Quis ser a todos igual
Sem saber que eram todos loucos

Eu vi todos felizes nadando
E sem pensar me joguei ao mar
Mas lembrei que não sei nadar
E então acabei me afogando

Eu quis, por um momento,
Viver num sonho delirante,
E mesmo que por um instante,
Viver sem o meu sofrimento.

Eu quis ser quem não sou
E estar onde não era meu lugar
Mas mesmo que eu venha mudar
Eu que devo escolher pra onde vou.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Vermelhos e Quentes como Pimentas ao Quadrado

Update: Troquei alguns vídeos, porque os outros não rodavam. Thanks! Mari, pelo aviso.

O título é uma brincadeira com o nome da banda: Red Hot Chili Peppers (na tradução literal: Vermelho, Quente, Pimenta, Pimenta). E antes que alguém me pergunte, eu não sei a diferença entre uma pimenta e outra, eu não entendo de pimenta, eu entendo de Chili Peppers (e quem achar graça do trocadilho não me conte, porque eu não o fiz pra ter graça, ele NÃO TEM GRAÇA, ok?!).


Qual é o sentido do nome da banda?! A primeira lição a se aprender sobre os Red Hot: não procure sentido. Nunca. Não espere por nada. Não pense que você vai entender, porque você não vai. Sério. Se quer que as coisas façam sentido, se quer entender, se quer tentar adivinhar qual será o próximo passo, procure outra banda. Essa não fará isso por você.


Anthony Kiedis [vocalista da banda] dá uma explicação bem "mais ou menos" na sua biografia (que eu estou relendo para ajudar a construir os posts. Aliás, escreverei também um post sobre releituras mais pra frente, me cobrem): "(...) Até hoje, Tree [não lembro quem é] e Flea [baixista] afirmam que eles inventaram Red Hot Chili Peppers. É uma derivação de um blues ou jazz clássico da velha guarda. (...) Se você pensar em Red Hot Chili Peppers em termos de um sentimento, uma sensação ou uma energia, é perfeito para nossa banda, mas se você pensar em termos de um vegetal, ele assume várias conotações bregas. (...) Basta dizer que achamos louco quando as pessoas começaram a trazer pimentas para nossos shows, numa espécie de oferenda." Já vi em entrevistas outras explicações, mas como memória é artigo de luxo pra mim, vou ficar devendo essa informação pra vocês... So sorry...


A formação original da banda é: Anthony (vocal); Flea (baixo); Hillel Slovak (guitarra); e Jack Irons (bateria). Essa não é a formação que gravou o primeiro álbum (Jack Sherman e Cliff Martinez no lugar de Hillel e Jack Irons, respectivamente). No segundo álbum Hillel volta e sai Jack Sherman, e no terceiro voltamos a ter a formação original. Isso não dura muito. Hillel morre por overdose e Jack Irons abandona a banda. Depois de alguns bateristas (não me lembro ao certo quantos) e zilhares de guitarristas, temos a formação mais conhecida dos Chili Peppers: Os dois primeiros, mais Chad Smith na bateria e John Frusciante na guitarra. Lançamento do quarto álbum, mudança de gravadora e então lançamento de um dos mais famosos (e o melhor) álbum deles: Blood Sugar Sex Magik. John sai da banda (em parte por certas atitudes não-louváveis do Anthony, em parte pela maluquice própria). Dave Navarro é escalado para substituí-lo (não sem antes passarmos pela odisséia de mais zilhões de guitarristas - de novo). Sexto álbum lançado, John volta, teremos agora o (provavelmente) mais conhecido e rentável álbum da carreira: Californication - pausa para ouvirmos a "galera" cantando totalmente errado o refrão de "Otherside" no Rock In Rio III. Oitavo álbum lançado, sem alcançar o mesmo sucesso - óbvio. Nono álbum (duplo) lançado e um hiato de 4 anos. No meio desse hiato John nos revela que está deixando a banda (dessa vez, até onde eu saiba, só pra continuar com as birutices dele). Estamos agora em 2010 com a promessa de um novo álbum em 2011 e a vinda deles para o Rock In Rio IV (YEAH!!!!). O guitarrista que fica no lugar de John é Josh Klinghoffer (não sei nada sobre ele, nem como se pronuncia o sobrenome. Quando descobrir, aviso).


Esse post não conta muito sobre as "fases" do Red Hot pois pretendo falar sobre isso nos outros posts. Mas só pra você ter certeza que conhece Red Hot Chili Peppers (já cantarolou alguma música deles, já achou esquisito algum clipe deles, já se perguntou: "Mas que @#$%&* é essa?!"):
























Antes de mais nada...

Essa semana está sendo PUNK! Muito serviço, mp3 com fone quebrado, mp4 com entrega atrasada e configurações ainda não totalmente dominadas "y otras cositas mas..."

Prometi um post sobre os Red Hot (em construção) e outros sobre cada álbum de estúdio deles... Mesmo que eu tivesse postado no domingo o geral e na segunda começasse com os álbuns, mesmo assim eu não terminaria os posts especiais essa semana (9 álbuns X 7 dias, dá pra entender a lógica, né?!)

Mas hoje já é quarta e ainda não postei nenhum álbum, nem o geral sobre a banda (ainda). Estou atrasada. Mas não esqueci. Promessa é dívida - e eu odeio ficar devendo.

My Friends







My friends are so depressed
I feel the question
Of your loneliness
Confide... 'cause I'll be on your side
You know I will, you know I will

Ex Girlfriend called me up
Alone and desperate
On the prison phone
They want... to give her 7 years
For being sad

CHORUS :
I love all of you
Hurt by the cold
So hard and lonely too
When you don't know yourself

My friends are so distressed
And standing on
The brink of emptiness
No words... I know of to express
This emptiness

CHORUS :
I love all of you
Hurt by the cold
So hard and lonely too
When you don't know yourself

Imagine me taught by tragedy
Release is peace
I heard a little girl
And what she said
Was something beautiful
To give... your love
No matter what
Is what she said
RED HOT CHILI PEPPERS

É cada vez mais difícil escolher

Você às vezes sente que corre, corre e não chega a lugar nenhum? Que trabalha, trabalha, e não produz o que queria? Que tem coisa demais para fazer e não faz o que precisa? Que a lista de tarefas nunca acaba?

Ninguém escapa de se sentir assim de vez em quando. Ou de vez em sempre.

E a tecnologia, que na teoria deveria nos libertar, muitas vezes piora nossa sensação de prisão.

A pressão para estar no Orkut, no Facebook, no Twitter, fazer novos amigos, comentar tudo, ter mais seguidores, favoritar, estar atualizado 24 horas por dia - chega!

Uns escapam de um jeito, outro de outro. Uma amiga decidiu que sua ótima vida, como profissional bem-sucedida, simplesmente não é para ela. Vai pra Nova York, segundo ela, “ler”.

Decidiu que quer andar de jeans e tênis, pegar metrô, cozinhar o que gosta, conversar sobre o que quer. Boa viagem, professora.

Eu fantasio com uma vida mais simples. Você não? Dou meus passinhos pequenos nesta direção. E uns passões para trás. Tanta coisa para fazer, tantas possibilidades - decidir é difícil. Quero menos opções.

Sheena Iyengar, professora na Columbia University, realizou um experimento muito interessante. Ofereceu para um grupo de pessoas seis tipos de geléia para comprar; e para outro grupo, 26 sabores, incluindo os seis do outro grupo.

Quem você acha que comprou mais geleia? O grupo que só podia escolher entre seis sabores. Quanto mais numerosas nossas opções, mais difícil escolher uma.

Frequentemente acabamos escolhendo nenhuma. Ou decidindo escolher nenhuma, ou simplesmente procrastinando, deixando para depois, e deixando a vida nos levar sem decidir nada.

Eu já sabia disso instintivamente. É a sensação que me paralisa em uma megaloja de discos ou uma livraria gigante, recheadas de ofertas irresistíveis. Conheço a solução. É criar as regras antes de entrar na loja.

Na Amoeba, loja de CDs e filmes em Los Angeles que frequento uma vez por ano, só entro depois de decidir a regra do dia: hoje, só comprarei caixas de CDs que estejam em promoção e documentários em DVD.

Nem olho para o resto. É focar e relaxar. Acabo comprando alguma coisa fora da minha regra do dia?

Inevitavelmente. Mas depois que a cesta está cheia de coisas é que vou dar a última bispada, e termino escolhendo só mais dois ou três itens “fora das regras”.

Como transportar esta estratégia para minha vida cotidiana? Vou tentar.

Depois te conto o que aprendi.

 
André Forastieri

Jornalista

http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/

sábado, 20 de novembro de 2010

Sobre adolescência, irmãos e bandas...

Eu tinha 11 anos. Eu tinha 11 anos e um irmão 4 anos mais velho. Eu tinha 11 anos, um irmão 4 anos mais velho, e estava mudando de escola. Eu tinha 11 anos. Não é fácil ser adolescente. Aliás, dizer que não é fácil é eufemismo. Ser adolescente é duro. Insuportável. Angustiante. E estamos falando não de 1, mas 2 adolescentes de sexos diferentes habitando uma mesma casa - e um mesmo quarto. Como sobrevivemos?! Como hoje somos amigos de viajar juntos, eu passar o fim-de-semana na casa dele e ele voltar pra cá de vez em quando?! Como hoje temos o maior respeito e admiração um pelo outro?! Não posso atribuir tudo isso a uma banda. Não posso dizer que uma banda de rock foi responsável pelos laços que nos unem (lindo isso, não?!). Isso é graças a formação familiar que tivemos, a nossa educação, o ambiente em que fomos criados. Mas posso garantir que uma banda de rock facilitou nossa convivência durante a - tenebrosa - adolescência.
Eu tinha 11 anos quando fui apresentada ao Red Hot Chili Peppers. Eu ouvia Sandy & Júnior, Britney Spears e Band FM. Meu irmão trouxe 2 albuns do Red Hot - pelo menos é assim que eu me lembro. Havia uma energia naquela música, uma vibração, qualquer coisa que nos atinge fatalmente e então ficamos perplexos. Não foi gradativo. Não foi aos poucos. Foi instantâneo. Difícil explicar esse tipo de coisa. Mas é fácil dizer as consequências disso.
Não deixamos de ser irmãos adolescentes por isso. Eu não deixei de ouvir Britney Spears e POP em geral. Mas quando o Fantástico abriu uma votação para qual clipe iria passar no final, se o novo do Red Hot ou o novo do Sandy & Junior, eu torci para que o Red Hot ganhasse - e assim foi. Isso porque eu ainda gostava de Sandy & Junior na época. Quando eles tocaram no Rock In Rio 2000, eu fiquei a madrugada acordada com meu irmão, lançando pragas no Márcio Garcia por falar durante o Show (pelo jeito não fomos só nós, esse aí não conseguiu ser galã nem de novela da Glória Perez, que até o sem-expressão Murilo Benício consegue). Em 2002, mais precisamente no dia 12 de Outubro, que foi um sábado (certas coisas nessa vida marcam, ok?!), eu me senti um pouco lá com meu irmão quando os Chili Peppers tocaram no Pacaembu. Eu também amaldiçoei toda a rádio 89fm, que agora virou um sei-lá-o-quê mas na época era a rádio rock, por não transmitir o show direito.
Não ouço as mesmas músicas que meu irmão. E ele com certeza não curte metade do que curto. Mas atravessamos nossas adolescências ouvindo CDs inteiros, assistindo a programas, gravando videoclipes (fita VHS, lembra?! ok!, sou velha), comprando revistas, tudo por uma banda. Eu realmente não posso dizer que se não fosse o Red Hot, não seriamos tão unidos. Mas posso garantir que teria sido muito (mas muito mesmo) mais difícl.

Programação Especial

Essa semana que começa amanhã (porque as semanas começam aos domingos, sabia?!) teremos uma programação especial no Blog. Tentaremos explicar da maneira mais apaixonada e justa, ao mesmo tempo, a trajetória dos Red Hot Chili Peppers através dos seus 9 álbuns de inéditas.

Por quê?! Porque o Blog é meu, oras!!! Isso é muito egocêntrico?! Ok! então, porque essa é a melhor banda do mundo. Isso soa muito fã?! E se eu disser que é porque eles lançarão um CD de inéditas ano-que-vem, e serão a atração principal de um dos dias do Rock In Rio, pode ser?! Estou sendo apressada?! Então volte ao começo do parágrafo e lembre-se: o Blog é MEU, EU que mando.

Antes de começar a falar sobre os CDs, farei um post introdutório para aqueles que conseguiram viver até hoje sem saber da existência dessa banda. E aqueles que já conhecem, acrescentem o que quiserem nos comentários. A todos: Enjoy it!

Programação Especial

Essa semana que começa amanhã (porque as semanas começam aos domingos, sabia?!) teremos uma programação especial no Blog. Tentaremos explicar da maneira mais apaixonada e justa, ao mesmo tempo, a trajetória dos Red Hot Chili Peppers através dos seus 9 álbuns de inéditas.

Por quê?! Porque o Blog é meu, oras!!! Isso é muito egocêntrico?! Ok! então, porque essa é a melhor banda do mundo. Isso soa muito fã?! E se eu disser que é porque eles lançarão um CD de inéditas ano-que-vem, e serão a atração principal de um dos dias do Rock In Rio, pode ser?! Estou sendo apressada?! Então volte ao começo do parágrafo e lembre-se: o Blog é MEU, EU que mando.

Antes de começar a falar sobre os CDs, farei um post introdutório para aqueles que conseguiram viver até hoje sem saber da existência dessa banda. E aqueles que já conhecem, acrescentem o que quiserem nos comentários. A todos: Enjoy it!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Antes que eu me esqueça...

... passei na prova do DETRAN. Só isso. SÓ ISSO. Como uma coisa que fazia TODA a diferença antes, parece não ter muita importância depois?! Não logo depois, claro. No dia parecia que eu tinha ganhado na MEGA-SENA (o que não seria uma má ideia, o que eu gastei com essa carta). Cheguei no serviço com o sorriso do gato de cheshire (o da Alice, sabe?!), sai pra comemorar na sexta, era uma pessoa feliz. FELIZ!

Mas uma semana depois (exatamente isso) parece que eu tenho carta de motorista há 5 anos - dois erros nessa afirmação: 1º que eu ainda não tenho carta, ela chega até o fim do mês na Auto-Escola; 2º que se fosse há 5 anos, eu teria 16, e aqui no Brasil não se pode tirar carta antes dos 18 (e agora vocês sabem a minha idade). Como pode isso?! Como pode, como pode?! Sei lá, a bexiga estourou e seus restos já foram varridos (não entendeu?! leia posts anteriores).

Agora tenho outras inquietações. Outras ansiedades. Uma boa, inclusive. Mas isso fica pra semana-que-vem. Semana-que-vem vocês descobrirão um pouquinho mais de mim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O atoleiro do passado

Tempos de definição são difíceis. Duros. Exigem de nós energia que por vezes não temos — não é todo dia que queremos lutar contra sentimentos díspares, complicados, que desejamos nos perguntar se realmente o amor acabou, se o que sobrou foi só carinho e preocupação, ou se ainda existe um resquício mínimo que guarda em si a possibilidade do renascimento. Não é todo dia que temos fôlego para questionar o que fizemos de nossa vida até aqui e qual o rumo que realmente queremos dar a ela. Cansa. Exaure.

Algumas cisões mudam toda a maneira de ver o mundo: lá se vai a crença de um amor que resiste a tudo e fica um gosto estranho de fracasso, como se as emoções, e as pessoas, pudessem ser avaliadas em termos tão maniqueístas. Separar-se de alguém que se amou demais é, antes de mais nada, triste. Mas tristezas, por mais fundas que sejam, passam. Desde que não as alimentemos.

A forma mais comum de alimentá-las é insistir em um contato nocivo por nos trazer alento, um tanto duvidoso, mas um alento: a voz conhecida, as palavras um dia tão queridas, o choro que sabemos como estancar, a risada que nos lembra dias mais ensolarados (você já reparou como nos sentimos mais acolhidos com a segurança do passado conhecido, com todos os seus problemas, do que com o vislumbre do futuro?). Alimentá-la é achar que isso pode, em algum nível, fazer bem para algum dos dois. Eu já participei dessa peça. É como manter vivo um paciente com falência cerebral na esperança de que um milagre o faça acordar sorrindo, inteiro. Dói todos os dias em que isso não acontece. E dói mais ainda quando, finalmente, ele morre — mas, então, pelo menos, todos estão livres para seguir a vida.

A verdade é que enquanto não decidimos se acabou ou não, se queremos aquela relação de volta (com todas as idiossincrasias, neuroses e desgastes que nos fizeram partir) ou se ela faz parte do panteão do passado, nada anda. Atolamos. Ninguém novo pode entrar, arejar os dias. Nem sozinho ficamos bem. Só a vulto constante da tristeza nos acompanha, mesmo nas horas mais alegres — ela sabe que, a qualquer momento, a guarda baixará e haverá espaço suficiente para voltar a instalar.

Enquanto continuarmos a olhar para trás, o passado é tudo o que veremos – mesmo não significando que ele seja tudo o que existe.

Ailin Aleixo
http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/mulher-honesta/

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pequenos Eventos, Grandes Eventos

O que vem a ser evento, primeiramente?! O dicionário de língua portuguesa o define assim: sm (lat eventu1 Acontecimento, sucesso. 2 Eventualidade.

O que seria um grande evento?! Uma série de Shows, ou melhor, um Festival de Música, que contasse com 3 grandes edições no país de origem, e algumas outras em outros países, seria um grande evento?! Hum... Sim!!!

Ok. E agora, o que seria um pequeno evento?! Uma pequena notícia numa página (confiável) da internet, sobre quais bandas vão tocar no Festival já citado, poderia ser considerado um pequeno evento?! Também...

E a variedade de sensações, sentimentos, lembranças e outras coisas que essa notícia pode causar em uma pessoa?! Como classificar?!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Wicked Game: 1 Música, 2 Vozes







Siobhan Magnus - American Idol







Rebecca Ferguson - X Factor

Wicked Game

The world was on fire and
No one could save me but you
It's strange what desire make foolish people do
I never dreamed that I'd meet somebody like you
I never dreamed that I'd lose somebody like you

No, I don't want to fall in love (This love is only gonna break your heart)
No, I don't want to fall in love (This love is only gonna break your heart)
With you

What a wicked game to play
To make me feel this way
What a wicked thing to do
To let me dream of you
What a wicked thing to say
You never felt this way
What a wicked thing to do
To make me dream of you

And I wanna fall in love (This love is only gonna break your heart)
No, I don't want to fall in love (This love is only gonna break your heart)
With you
Chris Isaak

No final das contas, o que é amar alguém?

Jamais soube, verdadeiramente, o que significava amar. Não o amor de amigos, família – esse é fácil de distinguir, seja pela força do sangue, seja pelo poder agregador da história em comum. Nunca consegui identificar os indícios da existência do amor quando o envolvido era aquele que entrava na minha vida e permanecia, mudando tantas coisas, acertando outras tão desarrumadas há tempos, adicionando complicações e prazeres. A incerteza estava sempre lá, questionando se aquilo era amor ou apenas uma sensação prolongada de satisfação que, fatalmente, acabaria. E, se acabasse, teria sido amor?

Em algum canto de mim morava a certeza tolamente romântica de que, quando se tornasse realidade, ele curaria minha ansiedade inerente e instalaria a tranqüilidade tão desejada, necessária. Mas isso não aconteceu. Nunca uma pessoa apaziguou meu tumulto. Então teria sido amor?

Os fatos – tão repletos de ausência de sentido em tantos momentos – que me deixam incrédula, rancorosa, triste, seriam apenas pequenos contratempos sem importância comparados ao brilho e à dimensão que a entrada do amor daria a minha vida. Alguns homens passaram por mim, mas a ocasional frustração e a raiva causadas por palavras ferinas e atos escusos – e a inevitável decepção atrelada a eles – nunca deixaram de me assolar. Se a presença de nenhum deles tornou insignificante minha angústia, teria sido amor?

Jamais desejei, com urgência e paixão uterinas, ter filhos com um homem nem sonhei com uma grande mesa repleta de netos, noras e genros. Também não me imaginei, idosa, ao lado dele a passear pela rua. E me senti uma subespécie de mulher, isolada do resto da humanidade portadora de belos desejos a longo prazo: se nunca vislumbrei esse futuro conjunto, teria sido amor?

Demorei para aprender, mas hoje compreendo o significado de amar. O meu significado. Amar alguém é curtir o correr dos dias ao lado dele, tirando, a cada oportunidade, o peso devastador das expectativas, porque é da leveza que nasce a harmonia. É sentir (e não saber – o que faz toda a diferença) que ele precisará da minha ajuda tanto quanto eu de um ombro para descansar; que o fim não mede a beleza de uma relação, assim como a morte não anula quem fomos; que nada, nem ninguém, arrancará de mim as sensações que me fazem ser quem sou (e que precisarei, sozinha, não destruí-las, mas lidar com elas); entender que a obrigação de me salvar é absolutamente minha.

Amar alguém é ter a liberdade de ser.
Ailin Aleixo

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Teardrops

Whenever i hear good-byes, remind me baby of you
I break down and cry, next time i'll be true, yeah
Fever for lost romance, remind me baby of you
i took a crazy chance and next time i'll be true, i'll be true, i'll be true

Footsteps on the dancefloor, remind me baby of you
Teardrops in my eyes, next time i'll be true, yeah
Whispers in the powder room, she cries on every tune, every tune, every tune

And the music dont feel like it did when i felt it with you
Nothing that i do or feel ever feels like i felt it with you

When im dancing round, remind me baby of you
I really let you down, next time i'll be true yeah
I took a crazy chance, she cries on every tune, every tune, every tune

Footsteps on the dancefloor, remind me baby of you
Teardrops in my eyes, next time i'll be true yeah
Whispers in the powder room, she cries on every tune, every tune, every tune

And the music dont feel like it did when i felt it with you
Nothing that i do or feel ever feels like i felt it with you





segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Make You Feel My Love

When the rain is blowing in your face
And the whole world is on your case
I could offer you a warm embrace
To make you feel my love

When the evening shadows and the stars appear
And there is no one there to dry your tears
I could hold you for a million years
To make you feel my love

I know you haven’t made your mind up yet
But I would never do you wrong
I’ve known it from the moment that we met
No doubt in my mind where you belong

I’d go hungry, I’d go black and blue
I’d go crawling down the avenue
There’s nothing that I wouldn’t do
To make you feel my love

The storms are raging on the rollin’ sea
And on the highway of regret
The winds of change are blowing wild and free
You ain’t seen nothing like me yet

I could make you happy, make your dreams come true
Nothing that I wouldn’t do
Go to the ends of the earth for you
To make you feel my love

 
Bob Dylan

 

sábado, 6 de novembro de 2010

Meu desejo pra mim essa semana






Feeling Good

Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds drifting on by you know how I feel
Its a new dawn it's a new day its a new life for me
And I'm feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom in the trees you know how I feel
It's a new dawn its a new day it's a new life for me
And I'm feeling good

Dragonflies all out in the sun
You know what I mean, don't you know
Butterflies are all having fun
You know what I mean
Sleep in peace
When the day is done
And this old world is new world and a bold world for me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Yeah freedom is my life
And you know how I feel
Its a new dawn its a new day its a new life for me
And I'm feeling good

Feeling Good

Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds drifting on by you know how I feel
Its a new dawn it's a new day its a new life for me
And I'm feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom in the trees you know how I feel
It's a new dawn its a new day it's a new life for me
And I'm feeling good

Dragonflies all out in the sun
You know what I mean, don't you know
Butterflies are all having fun
You know what I mean
Sleep in peace
When the day is done
And this old world is new world and a bold world for me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Yeah freedom is my life
And you know how I feel
Its a new dawn its a new day its a new life for me
And I'm feeling good





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mensagens Motivacionais me desmotivam

Já reparou como todo mundo tem a solução pro SEU problema, menos VOCÊ?! É impressionante o tanto de conselhos que ganhamos, muitos sem pedí-los, e quase todos sem aplicá-los...
Fiquei pensando no porque disso, porque todo mundo tem algo a lhe dizer sobre o que você está passando. E a resposta é muito óbvia, e me sinto até idiota por demorar tanto tempo pra chegar a essa conclusão: porque o problema não é dele. A vida não é dele, o emprego não é dele, a namorada (ou a falta de) não é dele. Se fosse, ele não perdia tempo filosofando e tentava fazer alguma coisa. E se não desse certo, ele ficaria louco da vida, pensaria um monte de besteira e deixava quieto - ou tentava outra coisa, sei lá.
Agora, o problema é seu. Vida, emprego, família, amigos, o que quer que esteja te incomodando, é problema seu. Você pensa em fazer alguma coisa, ou não pensa em fazer nada. Você está triste, chateado, irado, deprimido. Então vem aquela pessoa legal e te fala um monte de coisa bonita. Aí você vê a beleza da vida e esquece dos seus problemas. NOT. Você continua do jeito que estava, ou talvez um pouco pior, porque as pessoas não te entendem, ou então porque você passa a acreditar que não tem motivo para estar assim. Peraí! Lembra de quem é o problema?! Lembra de quem é a vida?! Lembra?! É a sua vida, é o seu problema! Meu filho, um chute no seu estômago não dói em mim. Eu posso até me compadecer de você, posso até te levar ao pronto socorro, mas te falar que a dor é pra lembrarmos que estamos vivos, e dê graças a Deus por ter estômago... não né?! Hora mais chata de passar mensagens positivas e bonitinhas.
Livros de auto-ajuda são muito legais. Você lê um monte de coisa interessante neles. Mas se eu puder te dar um conselho (e será só um): não os leia quando estiver deprimido. Não adianta. "Veja a vida positivamente". Legal, quero fazer isso, mas no momento eu preciso saber como. "As respostas não estão neste livro, mas sim dentro de você". E eu posso saber porque razão gastei 9,90 para ter o livro?! Sério mesmo, leia auto-ajuda num momento bom da sua vida. Ele está cheio de mensagens e alguma coisa sempre é útil. Mas quando tudo que você quer é chorar feito criança e gritar: "Eu quero a minha mãe!", acredite, ele não serve pra nada.
O problema do ser humano é achar que a vida deve ser só alegria, que todo mundo é feliz menos você, que não existe espaço pra raiva, mágoa ou desânimo. Embora não sejam realmente os mais nobres sentimentos, tentar ignorá-los não vai desaparecer com eles, da mesma forma como o lixo não some da sua casa num piscar de olhos - quem dera...
Sinta raiva, xingue, chore, durma um fim-de-semana inteiro e fique meio deprê de vez em quando. E se alguém quiser te enfiar goela abaixo mensagem de vida ou lição de moral, mande ele pro inferno e seja feliz - ou não, você que sabe.

Nem desistir nem tentar, agora tanto faz...

Olhando pras minhas unhas da mão, pintadas com uma camada de "audrey" e por cima "psy", com o verso pintado de "cherry", enquanto vejo uma receita de pavê gelado de sonho de valsa, com outra aba aberta na letra da música "Hunter", da Dido, mais 3 (três!) e-mails abertos, e pensando em como eu fui mal nas aulas de direção pré prova. Pois é.

O instrutor avisa que o local da prova mudou, o que pode ser bom, e pode não ser também. Parece mais fácil, mas tem outras dificuldades. E eu nem conseguindo fazer o básico. Em duas aulas, acertei duas vezes a baliza e uma o estacionamento.

Tenho mais duas aulas segunda-feira, mas isso não me anima muito. Desde a primeira vez que eu não passei, tenho pensado seriamente em desistir. Desistir mesmo, admitir a mim mesma que não nasci pra isso, não tenho esse dom, não sou capaz. Simplesmente acreditar que algumas pessoas passarão por essa vida sem aprender a dirigir, e eu tenho quase certeza que sou uma delas...

O problema de ser inteligente (e sei que sou) é que isso cria um certo orgulho na pessoa. Não passar na prova do DETRAN de primeira (nem de segunda) é doloroso, e quando percebo que tenho chances (das maiores, a propósito) de não passar na terceira tentativa, começo a duvidar da minha própria inteligência, e embora tenha passado em 5 concursos (yeah!), eu me sinto uma idiota quando estou atrás de um volante.

Talvez o certo seria não eu acreditar que é impossível passar na prova, mas que com certeza será mais difícil do que passar num concurso. Porque eu realmente nunca estudei seriamente pra passar num concurso, eu simplesmente ia lá e fazia. Mas a prova de direção não é assim tão fácil. Por isso, vai exigir mais esforço, empenho, dedicação, treino e, principalmente, vontade de passar. Não posso jogar pro alto tudo o que fiz pra chegar até aqui e dizer: "Seja o que Deus quiser". Eu acredito sim em Deus, só que dessa vez, acho que isso está nas minhas mãos.

Parei na metade desse texto pra almoçar, por dois motivos: 1º Troquei de horário com a outra secretária; 2º Estava (estou) com muita dor-de-cabeça, e pra eliminar uma causa (fome), fui encher meu estômago. Embora o almoço tenha sido delicioso e eu comi mais do que devia, a dor não passou, o que nos leva a mais 3 causas: 1º Sono, porque eu fui dormir muito tarde pra ver quem saia d'A Fazenda (e ainda assim não vi, acredita?! Vou ver agora na internet); 2º Cabelo preso depois de uma temporada de cabelos soltos ao vento - mas nem, hoje de manhã ele acordou muito rebelde, tive que prendê-lo; ou 3º Ansiedade pré-prova, muito comum em pessoas normais, freqüente em pessoas ansiosas, natural como ir ao banheiro pra mim. Antes de terminar de escrever esse post (que será conhecido como a "Ilíada" do blog, só que sem toda a veia poética/artística/cultural/histórica da já citada) liguei pra minha mãe, e ela me contou que a prova foi remarcada pra sexta-feira, o que me dá mais uma semana pra passar mal. Liguei na auto-escola e graças ao bom Deus o pessoal de lá teve a sagacidade de mudar minha aula para quinta-feira, mesmo horário. Só esqueceram de avisar, né?!
Obs.: Nada do que escrevi aqui foi irônico, embora muitas vezes possa parecer...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

REFLEXOS DO OUTRO LADO DO ESPELHO

Em 1996, três neurocientistas da Universidade de Parma, após anos de pesquisas com macacos, descobriram um grupo de células na parte frontal do cérebro do símio que entrava em funcionamento cada vez que o macaco executava um movimento ou via alguém executar alguma ação. Denominaram aquele agrupamento de células de neurônios-espelho e a descoberta foi saudada pela comunidade científica. As pesquisas não pararam e, anos mais tarde, descobriu-se que os humanos têm circuitos muito mais sofisticados de neurônios-espelho e os nossos, aparentemente, são encontrados em todas as partes do cérebro, o que explicaria o resultado na evolução das relações sociais na espécie, como a linguagem e seus intricados sistemas gramaticais.

Ando à cata dos tais neurônios-espelho, tal qual uma criança que aprendeu uma palavra nova e quer usá-la em todas as ocasiões. São eles os responsáveis pelos braços daquela bailarina que copiou os da mestra na cinzenta sala de ensaio, porque, quando os tais neurônios iluminam-se na massa cinzenta, eles permitem que nos coloquemos no lugar do outro e realmente sintamos a dor ou alegria alheias, além do entendimento conceitual. São os neurônios-espelho que nos emocionam na plateia do teatro e também são eles os responsáveis pela gargalhada que cresce numa espiral na direção do urdimento, porque mimetizam a dor, a alegria e a surpresa das personagens. São eles, enfim, que fazem os bebês imitar as expressões faciais dos adultos e, agora, acaba de me ocorrer que os santos, aqueles que são lembrados por sua piedade, devem fazer uso integral de seus neurônios-espelho. Compaixão não é coisa que se adquira sem a capacidade de viver, por um momento que seja, a vida do outro.

O mais importante nessa descoberta, entretanto, foi que a existência dos neurônios-espelho – que, em última análise, e numa hipotética projeção futura, seriam capazes de ler mentes, já que nos possibilitam ter um absoluto entendimento emocional do outro – associa a cultura à biologia definitivamente e nos torna cada vez mais responsáveis pelas atitudes e pelo conteúdo que vamos refletir nos bilhões de pequenos espelhos nos circuitos internos das novas gerações.

Ando, por isso, também revisitando meus espelhos, resgatando imagens e gestos que ficaram aprisionados ali. Imagino que todos eles devem ter se acendido em festa ao ver Bibi Ferreira em “Hello Dolly”, quando eu tinha meus 8 anos. Tamanho foi o júbilo daquele grupo de células que nunca mais deixei de repetir a cena. Mamãe está sempre com um livro na mão e agradeço a ela pela imagem. Papai gravou na superfície de cada um deles o modo divertido de olhar a vida e me ofereceu, descubro tarde demais, todos os gestos e enunciados de humor que repito vida afora.

É bom revisitar aquilo que ficou gravado. Os espelhos com o passar dos anos tendem a perder o brilho e ficam sem a nitidez de outrora. Resgatá-los é uma tarefa mais agradável do que se supõe. É como recuperar os dados do nosso sofisticado disco rígido e afinal entender a importância daquilo que biologicamente deixamos como a herança de um povo.

Miguel Falabella é ator, diretor, dramaturgo e autor de novelas

 

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

I'D LOVE TO CHANGE THE WORLD







Everywhere is freaks and hairies
Dykes and fairies, tell me where is sanity
Tax the rich, feed the poor
Till there are no rich no more

I'd love to change the world
But I don't know what to do
So I'll leave it up to you

Population keeps on breeding
Nation bleeding, still more feeding economy
Life is funny, skies are sunny
Bees make honey, who needs money, Monopoly

I'd love to change the world
But I don't know what to do
So I'll leave it up to you

World pollution, there's no solution
Institution, electrocution
Just black and white, rich or poor
Them and us, stop the war

I'd love to change the world
But I don't know what to do
So I'll leave it up to you

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Conto Chinês

Dois monges caminhavam à beira de um riacho e viram um peixe. O primeiro monge comentou: "deve ser triste para um peixe, nunca poder conhecer o mundo como se apresenta fora d'água". O segundo monge respondeu: "se você nunca foi peixe, como você pode saber o que sente o peixe?". O primeiro monge respondeu: "se você nunca foi eu, como você pode saber o que eu sei?".

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A história de Glória, a vaca


Já em criança a vaca Glória era mais gorda do que as outras vacas. E isto foi-se acentuando à medida que crescia. Os lábios eram carnudos, o nariz largo, a cabeça tão grande como uma abóbora (por acaso era até maior) e, ainda por cima, tinha umas pernas fortes, uma barriga gorda, pêlos grossos e duros e os pés pesados.

Como não havia roupas à venda para o seu tamanho, tinha de ser ela mesma a fazê-las à mão. Fazia-as sem gosto nem grande jeito, e por isso, dentro daqueles vestidos, parecia ainda mais possante do que realmente era.

Tinha um andar atabalhoado e, quando falava, a voz era semelhante à de alguém a gritar para dentro de uma cisterna.

Glória não era modesta nem pensava tornar-se uma boa vaca leiteira como todas as vacas da sua idade. Não! Era ambiciosa e ansiava por qualquer coisa de grandioso!

Um engraçadinho qualquer, creio que a raposa, dissera-lhe que com uma voz tão bonita, devia estudar canto. Como tinha um pai rico que pagava tudo, teve aulas de música e, em seguida, deu ainda um concerto.

Todas as vacas vieram ouvir Glória cantar. Começou com A violeta na orla do caminho e esta foi também a última canção que cantou. É que, se quando falava a voz parecia que saía de uma cisterna, ao cantar, soava como dois elefantes a trombetear num regador em simultâneo com uma serra a cortar metal. A assistência tapava os ouvidos, assobiava, gritava e batia com os pés para não ter de ouvir aquela voz horrível, ou então corria em debandada pelo prado onde o concerto estava a decorrer.

Glória parou e começou a chorar.

As vacas pensaram: “É agora que ela se vai tornar uma boa vaca-leiteira!”

Mas não! Teve aulas de dança e ainda quis tentar a sorte como bailarina!

Quando se apresentou pela primeira vez, vieram ainda mais vacas vê-la dançar do que quando cantou.

Glória apareceu no palco com uma saia tão grande que dava à vontade para fazer sete toalhas de mesa. Logo ao primeiro passo, tropeçou e caiu. As vacas na assistência riram-se, mas Glória não se deixou intimidar e deu um salto. Com o peso, as tábuas do palco partiram e ela caiu, ficando presa até à altura dos braços. Os espectadores riram-se, mas cinco fortes bois subiram ao palco e ajudaram-na a sair do buraco, onde ainda continuava a dançar. Novamente em cima do palco, Glória começou a dançar perigosamente perto da boca de cena. Desequilibrou-se e caiu, aterrando exactamente em cima dos músicos que estavam a tocar no fosso da orquestra

Quando voltou a erguer-se, com dificuldade, o contra-baixo estava partido, a trompete completamente espalmada, o tambor rebentado, o acordeão rasgado em dois e o maestro, com o susto, tinha engolido a batuta. Bem se pode imaginar as gargalhadas da assistência quando a bailarina desapareceu por detrás das cortinas.

Em consequência disto, Glória, muito envergonhada, emigrou para o país dos hipopótamos. Aí dançou para os pesados e grosseiros animais, e cantou ainda algumas das suas canções.

No dia seguinte lia-se no jornal:


"A artista Glória, uma figurinha delicada e frágil, deu ontem um concerto onde também dançou. Nunca tinha sido possível no nosso país admirar uma voz tão clara e cristalina; nunca se tinha ouvido um canto tão belo. Dançou, melhor dizendo, flutuou com tal graciosidade que todas as nossas meninas-hipopótamos ficaram encantadas pela sua leveza. Esperemos que a artista Glória dance e cante mais vezes aqui entre nós, no país dos hipopótamos."




Paul Maar

Reinhard Michael (org)

Wo Fuchs und Hase sich Gute Nacht sagen

Hochstadt, Gerstenberg Verlag, 2002

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Abertura "Os Simpsons"







Seria cômico, se não fosse trágico (e muito provavelmente, verídico).

The Tiger



Tiger, tiger, burning bright,
In the forest of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare seize the fire?

And what shoulder, and what art,
Could twist the sinews of thy heart?
When thy heart began to beat,
What dread hand forged thy dread feet?

What the hammer? What the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? What dread grasp
Dared its deadly terrors clasp?

When the stars threw down their spears
And watered heaven with their tears,
Did He smile his work to see?
Did He who made the lamb make thee?

Tiger, tiger, burning bright,
In the forest of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?

 

William Blake


 

Para Má-Digestão: Escreva um Blog

Ainda tentando "engolir" a reprovação na 2ª prova. Não, "engolir" não, "digerir". Porque engolir não foi uma opção: ela desceu goela abaixo, rasgando tudo como água gelada quando se está com amigdalite, faringite, laringite e todos os "ites" que doerem nessa hora. Mas digerir, digerir não é automático, não senhor. Nosso estômago que decide se aceita ou não o que desceu. Na maioria das vezes ele é legal e aceita tudo numa boa. Às vezes ele não está nos seus melhores dias, e a gente também não ajuda, então ele manda de volta (isso mesmo, assim mesmo). Mas tem vezes (raras vezes, graças a Deus) que o estômago não se decide sobre o que vai fazer com o que está nele, e aí aquilo fica atravessado.

Se estivéssemos falando de comida, a má digestão do que eu comi há vinte dias já estaria resolvida (por bem ou por mal). Mas quando são situações que ficam atravessadas no estômago, descobri que sal de fruta e chá de boldo não dão jeito.

Já aconteceu de sentir uma dor muito forte (e nem precisa ser de estômago, pode ser qualquer uma, desde que seja forte), mas não tomar remédio, pra ver se ela passa - ou diminui - sozinha?! Acho que foi mais ou menos o que aconteceu comigo. Precisei de um tempo(ão) pra conseguir... ahn... hum... "administrar" a dor. Ela foi intensa na hora, enfraquecendo depois, mas continuou por um bom tempo. E é aí que eu me dei conta do erro: não tinha ido embora, só tinha enfraquecido. A dor acostumada. "Dói, mas já estava doendo antes, agora até é suportável." E continua doendo, e vai se levando, porque é dorzinha, e daqui a pouco passa. Mas a dorzinha, diferente da dorzona, não gosta de ser notada, nem ao menos mencionada. Passam-se os dias, e ela permanece ali, imperceptível, quase invisível, mas presente.

Há dores que se curam sozinhas. Outras que precisam de auxílios. Há aquelas que não se sabe a cura conhecida. Mas o tempo (sim, esse que brinca conosco, de passar tão rápido, e ao mesmo "tempo", tão devagar) ele há de remediar o que não tem remédio. E se não cura a dor, pelo menos a enfraquece.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ode à bunda dura

“Tenho horror a mulher perfeitinha. Odeio qualquer uma que fique maravilhosa num biquíni. Sabe aquele tipo que faz escova toda manhã, está sempre na moda e é tão sorridente que parece garota propaganda de processo de clareamento dentário? E, só pra piorar, tem a bunda dura feito pão francês com mais de uma semana? Pois então, mulheres assim são um porre. E digo mais: são brochantes.

Você, homem, dirá que estou louca, sou despeitada e, provavelmente, baranga. Na boa, pense o que quiser, mas posso provar minha tese com grande tranqüilidade, ponto a ponto. Quer ver?

A dondoca faz escova toda manhã: fulaninha acorda às 6 da matina pra deixar o cabelo tão liso feito pau de sebo e à prova de furacão. Nisso, ela perde momentos imprescindíveis de rolamento na cama, encoxamento do namorado, pegação, pra encaixar-se no padrão “Alisabel é que é legal”. Burra.

A fofucha anda impecavelmente na moda, o que significa igual a todas as amigas: estilo pessoal, pra ela, é o que aparece nos anúncios da revista da Daslu. Você vê-la de shortinho, camiseta surrada e cabelo preso? JAMAIS! O que indica uma coisa: ela não vai querer ficar desarrumada nem enquanto estiver transando. É capaz até de fazer pose em busca do melhor ângulo perante o espelho do quarto. Credo.

A lindinha exibe um sorriso incessante: ela mora na vila dos Smurfs? Está fazendo treinamento pra Hebe? Sou antipática com orgulho – só sorrio para quem provoca meu sorriso. Não gostou? Problema seu. Isso se chama autenticidade, meu caro. Coisa que, pra perfeitinha, não existe. Aliás, ela nem sabe o que a palavra significa. Coitada.
A queridona tem a bunda pétrea: as muito gostosas são, infalivelmente, muito chatas. Pra manter aquele corpão, comem alface e tomam isotônico, portanto não vão acompanhá-lo nos pasteizinhos nem na porção de bolinho de arroz do sabadão. Bebida dá barriga e ela tem HORROR a qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba onde começa a pornografia: nada de tomar um bom vinho ou encarar uma pizza de mussarela. Cerveja? Esquece! Melhor convidar o Jorjão.

Pois é, ela é um tesão. Mas não curte sexo porque desglamouriza, se veste feito um manequim de vitrine, acha inadmissível você apalpar a bunda dela em público, nunca toma porre e só sabe contar até 15, que é até onde chega a seqüência de bíceps e tríceps. E você reparou naquela bunda? Meu Deus…

Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais (geralmente eles só existem na opinião dela), mas é uma ótima companheira de bebedeira. Pode até ser meio mal-educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas adora sexo. Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução (e, às vezes, nem chegam a ser um problema). Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade. Nem pra dela, nem pra sua”.

 
Texto muitas vezes creditado a Arnaldo Jabor, mas que na verdade foi escrito por Ailin Aleixo.

http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/mulher-honesta/

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Enjoy The Silence

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Depeche Mode





Quero namorar!

Milena, 38 anos, um filho adolescente, está separada há quatro. Tenta, sem conseguir, encontrar um homem para namorar. Sozinha, ou com as amigas, vai a festas, bares, ou qualquer outro lugar em que imagine haver homens disponíveis. Talvez sua busca seja tão intensa que assuste os possíveis pretendentes. Um dia, no meu consultório, desabafou: “Ando muito desiludida com tudo, acho que tenho algum defeito. Já saí com vários homens, mas eles logo desaparecem. Não consigo engrenar um namoro. Para mim, a vida só tem graça se eu estiver vivendo um romance; preciso ter alguém que me complete. Estar sem um par amoroso ao lado faz com que eu me sinta desvalorizada, jogada fora, como um traste que ninguém quer.”

Não é fácil deixar o hábito de formar um par. Fomos condicionados a desejá-lo, convencidos de que se trata de pré-requisito para a felicidade. Para complicar mais as coisas, há ainda os que, por equívoco ou pela própria limitação, se utilizam de argumentos psicológicos para não deixar ninguém escapar dos modelos. Para esses, maturidade emocional implica manter uma relação amorosa estável com alguém do sexo oposto. Não faltam terapeutas para reforçar esse absurdo na cabeça de seus clientes. E o pior é que eles acreditam e sofrem bastante, se sentindo defeituosos ou no mínimo incompetentes por não ter alguém.

A propaganda a favor da ideia de que só é possível a realização afetiva através da relação amorosa fixa e estável com uma única pessoa é tão poderosa que a busca da “outra metade” se torna incessante e muitas vezes desesperada. E quando surge um parceiro disposto a alimentar esse sonho, pronto: além de se inventar uma pessoa, atribuindo a ela características que geralmente não possui, se abdica facilmente de coisas importantes, imaginando que, agora, nada mais vai faltar. E o mais grave: com o tempo passa a ser fundamental continuar tendo alguém ao lado, pagando-se qualquer preço, mesmo quando predominam as frustrações. Não ter um par significaria não estar inteiro, ser incompleto, ou seja, totalmente desamparado. Mas de onde vem essa idéia?

Na fusão com a mãe no útero, experimentamos a sensação de plenitude, bruscamente interrompida com o nascimento. A partir daí, o anseio amoroso parece ser o de recuperar a harmonia perdida. A criança, então, dirige intensamente para a mãe sua busca de aconchego. No Ocidente aprendemos que, na vida adulta, somente através do convívio amoroso com outra pessoa nos sentiremos completos. Quem, além do ser amado, pode suprir nossas carências e nos tornar inteiros? Aí é que entra o amor romântico, que promete o encontro de almas e a fusão dos amantes, acenando com a possibilidade de transformar dois num só, da mesma forma que na fusão original com a mãe.

O único problema é que tudo não passa de uma ilusão. Na realidade, ninguém completa ninguém. Mas, ignorando isso, reeditamos inconscientemente com o parceiro nossas necessidades infantis. O outro se torna tão indispensável para nossa sobrevivência emocional, que a possessividade e o cerceamento da liberdade sobrecarregam a relação. Por mais encantamento e exaltação que o amor romântico cause num primeiro momento, ele se torna opressivo por se opor à nossa individualidade.

Entretanto, vivemos um período de grandes transformações no mundo e, no que diz respeito ao amor, observamos que o dilema cada vez mais se situa entre o desejo de simbiose e o desejo de liberdade, sendo que este último começa a predominar. Um sinal disso talvez seja o interesse por práticas orientais como meditação transcendental, ioga, tai chi chuan, entre outras. Enquanto tentamos nos sentir inteiros, dependendo de algo externo a nós — a relação amorosa com outra pessoa —, os orientais se voltam para dentro de si mesmos, buscando assim encontrar a sensação de estar completos.

A condição essencial para ficar bem sozinho é o exercício da autonomia pessoal. Isso significa, além de alcançar nova visão do amor e do sexo, se libertar da dependência amorosa exclusiva e “salvadora” de alguém. O caminho fica livre para um relacionamento mais profundo com os amigos, com crescimento da importância dos laços afetivos. É com o desenvolvimento individual que se processa a mudança interna necessária para a percepção das próprias singularidades e do prazer de estar só. E assim fica para trás a idéia básica de fusão do amor romântico, que transforma os dois numa só pessoa.

Uma seguidora no Twitter escreveu esta semana: “Regina, por favor, fala para as pessoas que ser solteira não é um problema! Estou cansada de explicar isso, mas não me entendem!” Esta afirmação confirma o que penso: quando se perde o medo de ser sozinho, se percebe que isso não significa necessariamente solidão.

Regina Navarro Lins: Psicanalista e escritora, autora de A Cama na Varanda e mais nove livros sobre relacionamento amoroso. Colunista do IG e do jornal O Dia.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Budapeste

Tirei férias. Longas e merecidas. Trabalhei tanto nos últimos meses que as coisas começaram a perder o sabor e isto é sempre um sinal de perigo, de modo que arrumei a mala e ganhei estrada, furei mundo, como me disse uma vez Tonho, no agreste de Pernambuco. Fui à cata de alguma nova magia, de algum novo interesse, porque às vezes a gente perde o rumo e resolve parar de chofre, como se a imobilidade pudesse resolver alguma coisa. Perdemos a direção e simplesmente nos deixamos ficar, à espera de alguma coisa da qual não fazemos a mais tênue ideia. É puxado! A insatisfação com um objetivo em mente é uma coisa, agora sentir-se insatisfeito, sem nenhuma concretude nos próprios desejos, é de levar qualquer um à loucura. Mover-se, nessas horas, costuma dar algum resultado. Sair é saudável. De modo que acabei num trem em direção à Hungria, na companhia de amigos, todos com os olhares perdidos na paisagem que ia se descortinando à passagem do comboio.

Há qualquer coisa cinematográfica nos trens que incita nossa imaginação. Há, nos vagões que cortam a cena, uma ideia de aventura que se sobrepõe à monotonia de uma longa viagem, ainda que as janelas hoje em dia sejam panorâmicas e a natureza tenha por costume quase sempre oferecer seu melhor. Eu resolvi olhar as pessoas, porque gosto de inventar histórias para elas, e fumei um cigarro na plataforma da estação de Tatabánya, tentando descobrir um olhar cúmplice, alguém que estivesse disposto a me contar alguma história, mas não fui correspondido em meus anseios. Aliás, à exceção dos empregados do hotel, não encontramos muita gente disposta a nos contar histórias tantas vezes ouvidas. Há uma urgência de futuro no Leste Europeu que ainda esbarra nos inchaços provocados pelos anos de socialismo soviético. Vinte anos não foram o bastante para arrancar do inconsciente coletivo a insegurança e o medo, após anos de estado totalitário.

Em Budapeste, eu tinha desistido da ideia de buscar gente e já estava me contentando em visitar apenas os palácios e museus (como diz um amigo meu, a gente acaba viajando para visitar a casa dos ricos), quando resolvemos ir a um banho público, que data do século XII e cujas águas termais têm ao que parece imenso poder de cura. Era domingo e as famílias banhavam-se unidas, aproveitando o feriado. Eu estava mergulhado numa piscina de águas muito quentes que cheiravam a enxofre, quando uma senhora muito clara desceu
as escadas, apoiada no corrimão, e veio sentar-se ao meu lado. E ela, que se chamava Jolán e tinha 78 anos, contou-me todas as histórias que eu queria ouvir, num inglês precioso (ela tinha sido tradutora toda a sua vida). Jolán enterrou seus sonhos de conhecer o mundo, porque sua geração saiu da guerra para o domínio soviético, de modo que ela achou melhor enterrar o sonho e esperar.
– Esperar o quê? – eu perguntei, preocupado com o excesso de tempo mergulhado naquelas águas.
– Que o pesadelo acabasse – ela me disse e, ato contínuo, levantou e ordenou que mudássemos de piscina.
– E foi muito difícil esperar? – eu ainda perguntei, antes de segui-la para dentro de uma piscina gelada.
– Muito – ela me disse, e afundou nas águas glaciais. Depois, veio à tona e me sorriu. – Mas é sempre difícil, não é?
Eu não respondi. Tomei coragem e afundei nas águas geladas. Nadei até o outro lado, tentando afugentar o frio, e depois, quando eu a procurei, ela já não estava mais onde eu a tinha deixado. Desaparecera no meio de tanta gente. Sem dúvida, cansou-se de esperar.
Miguel Falabella

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Olá, mundo!

"Welcome to WordPress.com. This is your first post. Edit or delete it and start blogging!"

Oie!

1º Post?! No, acho que não. Mas 1º post na casa nova. Fiz a burrice (só descobri depois de ter se tornado inalterável, sorry!) de mover o blog do Windows Live para cá. Agora é hora de por ordem na bagunça - e que bagunça! cryin'...

Estamos em reforma para melhor atendê-lo (sempre).







Música aleatória, só pra não deixar o post assim, e também porque eu AMO essa versão da música...

You better think!

Nothing's gonna change my world.

Post atípico hoje. Muito triste. Um pouco confusa. Mas com uma certeza.







Words are flowing out like endless rain into a paper cup,
They slither wildly as they slip away across the universe.
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind,
Possessing and caressing me.

Jai guru deva. Om.

Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.

Images of broken light which dance before me like a million eyes,
They call me on and on across the universe.
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box,
They tumble blindly as they make their way across the universe

Jai guru deva. Om.

Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.

Sounds of laughter, shades of love are ringing through my opened ears
Inciting and inviting me.
Limitless undying love, which shines around me like a million suns,
And calls me on and on across the universe

Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Será?!

Qual será o próximo, qual será?!
Alguém vai me dizer?!
Será que haverá próximo, será?!
Eu gostaria de saber...

E se houver, como será?!
Como há de ser?!
E será quando?! Será já?!
E eu saberei reconhecer?!

E quando for, se for já
Depois, o que vai acontecer?!
Continua tudo como está,
Ou muda tudo a ocorrer?!

Em Construção

É Amanhã !!!

E eu espero que chegue logo, e que passe logo, e que eu tenha boas notícias.

Na contagem regressiva para um momento decisivo...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Calendário

Lembrei agora do meu primeiro emprego. Recepcionista de um laboratório de tomografia computadorizada dental - mais específico, impossível. Bom, pulando toda a história sobre o tal emprego, e indo para a parte determinante dele: tinha prazo de validade. Não, não era contrato. Era um emprego comum, com carteira registrada. Mas tinha prazo de validade pra mim. Eu tinha passado num concurso público. E embora tenha demorado um século (exagerada) para me chamarem, sabia que um dia eu sairia de lá - do laboratório.
Cada dia que terminava, eu passava o marca-texto por cima. Um dia a menos. Meses fazendo isso, pois mesmo não sabendo a data, eu sabia que um dia aquilo iria acabar. Era o que me consolava nos dias ruins. Era o meu mantra às 7h45 da manhã em plena estação da Sé. Era a minha promessa pra mim mesma todos os sábados daqueles quase sete meses. Acabaria. Um dia eu poderia olhar pra trás e dizer: sim, eu fui recepcionista de um laboratório (de tomografia computadorizada dental, rs), mas isso é passado.
Esse dia chegou. Aliás, esse dia chegou há mais de um ano. Entre o alívio dos sábados livres e a tristeza pelo fim - mesmo que já previsto, e até planejado - de um ciclo, eu realmente hoje posso dizer que aquilo faz parte do meu passado. Agora, no meu terceiro emprego (e segundo concursado, porque eu não sou besta de trocar o garantido pelo duvidoso), eu vejo que o tempo passou até rápido demais. No meu novo calendário, um monte de anotações, datas marcadas, férias do ano-que-vem já contornadas. Mas nada de contagem regressiva. Devido a minha insatisfação crônica, não garanto (nem creio) que esse seja meu último emprego, onde vou me aposentar. Mas, por enquanto, não tenho pressa pra mudar.