É difícil pra mim ser EU. Tão difícil quanto deve ser pra você ser quem você é. É difícil, complicado, doloroso, e às vezes muito chato. Mas essa é a única opção que temos. Sermos nós mesmos.
Seria fácil ser o outro. Muito fácil. Olharíamos a tudo com aquele distanciamento necessário pra enxergar a questão em si, e não tudo aquilo que vem com ela. É como olhar um corte sem sentir a dor. Quando de fora, é fácil saber como estancar o sangue, limpar o corte, pra onde ir. Mas o sangue jorrando, as pessoas gritando e - principalmente - o corpo doendo nos impede de pensar com clareza justamente no momento em que isso é crucial.
Viver nossas vidas, com todas as dores, desesperos e percalços que as acompanham, não é fácil. Seria bom termos esse distanciamento. Poder nos observar, nos analisar, ver além das palavras, das atitudes, ir além e ver os pensamentos, as intenções das pessoas. Seria ótimo se pudéssemos pensar calmamente antes de dizer ou fazer qualquer coisa.
Seria ótimo. Mas não teria a menor graça.
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