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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Reforma


Estamos em constante reforma.
Reforma da casa, do emprego, das relações, da vida.
É um pó lascado, é azulejo que quebra, gasta mais do que imagina e nem sempre como a gente queria. Mas sempre fica melhor que antes...
Tudo isso só pra dizer que eu estou me reformando, e reformando meus blogs - pequenas extensões de mim. Dá um trabalho danado, algumas coisas se quebram, gasta-se mais tempo do que o previsto e talvez não fique tão maravilhoso como eu pensei que ficaria - mas vai ser melhor que antes (sempre é!).
Estou migrando o blog de lá pra cá.
; )

Reforma é também uma (re)construção...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Paradoxal

Minha cabeça dá voltas e mais voltas.
Tudo acontece tão rápido, e ao mesmo tempo parece que, em certos momentos, tudo se passa em câmera lenta, pra eu conseguir ver, sentir, viver cada coisa...
É muita informação, é muito controverso, e isso é a vida - oposto da morte. Morte é nada, e dói em quem fica, não em quem vai. Morte é fim, e vida é recomeço infinito, cada instante acaba e começa novamente, até que chega a morte e o ciclo acaba.
É muita tristeza misturada com muita alegria, porque a gente não pode deixar de celebrar a vida, ao mesmo tempo que precisa chorar a morte. E é assim, tudo se coincide, e você nunca para, não pode organizar os acontecimentos como organiza e-mails ou gavetas, "aqui eu guardo os sorrisos", "agora eu vou chorar um pouquinho", tudo ocorre ao mesmo tempo e você não sabe se chora ou ri. É estafante.
Deve ser o meu sapato que aperta mas sustenta meu pé; e quando eu o retiro, eu quase caio e ele dói, mas junto vem o alívio da liberdade. Cada morte me aperta mas sustenta minha  vontade de continuar vivendo, e quando eu respiro e vivo, dói pela lembrança de quem não pode mais, mas a vida, a liberdade, é isso - um sacrifício que eu faço todo dia, a alternativa pra mim não é uma opção.
Enterro meus mortos e choro minhas dores, pra lembrar que viver é a maior benção que se pode ter. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Saudades

Como não poder partilhar com outros as lembranças que eu tenho de você? O que mais dói não é sentir saudade, mas não poder dividi-la com ninguém. É estranho ter passado tantos momentos bons juntos, e agora ter que mantê-los em um canto escondido da memória. Quando a gente perde alguém, perde também tudo que viveu com ele?!
Lembro de você tocando a campainha daquela casa e perguntando a quem atendeu ao interfone: "É do picolé?" Lembro da risada que demos e da troça que fizemos com você.
Também me recordo da discussão que tivemos sobre um livro que você leu e eu não. Ambos tão obstinados nas próprias opiniões.
O bom-humor e a teimosia são traços da sua personalidade que sempre me vem à cabeça. Talvez porque eu seja desse mesmo modo...
Dói muito não ter mais você por perto. Mas isso não é nada comparado a dor de não poder lembrar de você, pelo menos não em voz alta. Falar de você a outros me obrigaria a contar partes dessa história que eu desejo nunca contar. E lembrar de você com aqueles que te conheceram seria reviver uma tristeza.
Enfim, a vida tratou de te tirar da minha, mas não me disse o que fazer com o que ficou. E assim eu vivo sem poder falar das nossas lembranças, pois não deveria nem sentir sua falta.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ironias

Ironias. Não as que pronunciamos, mas as que sofremos. Ironias da vida, ironias do destino (para quem acredita), ironias. Difícil conviver com elas, que dirá aceitá-las. Entendê-las, nem tente. Se fosse de fácil entendimento não seria irônico. Ironia desafia a nossa compreensão. Por isso o nome.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Chá Doce e o Nosso Comportamento

Acabei de tomar um chá doce. Um chá tão doce, mas tão insuportavelmente doce, que vislumbrei (porque não me atrevo a dizer que experimentei) o sufoco sentido por uma amiga ao fazer um teste de curva glicêmica (um pequeno parenteses aqui para explicar que isso é um exame para medir as alterações dos níveis de glicose - açúcar - no sangue. Um exame para diagnosticar Diabetes ou o contrário dela). E porque eu estou falando sobre chás doces ou exames de diabetes, ainda mais nesse blog, que costuma ser mais reflexivo que os meus outros?
Well, well, eu amo doce. E exageros também. Tanto que a minha mãe diz que o que eu faço ou é BEM doce ou BEM salgado, BEM quente ou BEM gelado. E mesmo assim, eu não suportei esse chá, de tão melado (é como as meninas aqui da secretaria se referem ao que é muito doce) que estava. Esse chá ultrapassou o limite aceitável, até pra quem tem parâmetros tortos, como eu. 
E o mesmo ocorre com as pessoas. Tem gente que é tão doce que enjoa. Tem gente que é tão azeda que faz a gente por a língua pra fora. Tem gente que é tão amarga que a gente faz até careta. Tem gente que é tão salgada que a gente até cospe. Ninguém que é só "um sabor" é agradável, ainda mais quando o é em exagero.
Acho até que ninguém seja realmente só "um sabor". Impossível não ser azeda quando o dia conspira contra você (e acredite, esses dias existem). Impossível também não ser salgada na hora de lutar pelo que acredita. Ou não ser doce quando está junto de quem te ama - e você ama em reciprocidade. Amargo é um sabor que eu acho que dá pra passar sem - mas não garanto.
Ou seja: seja feliz quando tiver que ser, seja alegre, amoroso, "doce" quando sentir vontade. Não seja sempre, se não a gente enjoa.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Caminhos

Vindo trabalhar, me lembrei de você. Havia duas placas de trânsito me mostrando os caminhos que a nossa vida tomou, que eu tomei por nós. Enquanto uma placa mostrava o caminho pra sua nova casa, na direção oposta eu segui para o meu novo trabalho. Tão engraçado, quando eu vejo aquele nome, é como se eu visse o seu nome escrito lá. Pouco provável que eu vá de livre espontânea vontade à sua cidade. Não me leve a mal, eu não tenho nada contra lá - nem conheço. Nem contra você - mas te conheço bem demais (ou creio conhecer). 
Ao mesmo tempo, tantos carros convergindo ao mesmo lugar, tão impressionante como todos se encaixam e seguem o fluxo, que se não me concentro os acabo seguindo e indo parar... Sei lá onde.
E enquanto isso eu lembrava das vezes que saía da minha cidade pra depois voltar, tudo isso só pra vir trabalhar, pois não havia jeito de uma só condução me levar, e eu precisava então dar voltas por aí pra chegar aqui. E talvez na vida seja do mesmo jeito, eu ainda tenha que dar algumas voltas até achar o meu caminho, o meu lugar.
Fico feliz que você tenha achado o seu. Deve ser bom olhar uma placa e saber que aquele caminho te leva pro lugar que é seu.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Meio É Pior Que Zero

Às vezes acordo com essa sensação de não ser tudo nem nada. Acordo pela metade. Desperta sim, mas não inteira. É como viver no chamado limbo, nem céu nem inferno, mas entre os dois. Não triste, mas nem por isso feliz. Estranho essa sensação.
Sei que não sou a única a acordar assim de vez em quando... Sei?! Porque até onde sei, conheço gente que acorda feliz, triste, mau-humorada, nervosa, com sono, ansiosa... mas pela metade?! Como seria?!
Como explicar... Seria não saber como se está. Sem saber se está com fome ou não, com sono ou sem, com sede, com dor... Sei lá, é como não saber como se sente, o que se sente... 
É horrível não saber dizer como estou, pois sem isso não sei o que fazer para mudar. Preciso de ânimo?! Será isso que falta?! Ou tranqüilidade?! Seria melhor?! 
Não sei, não sei... Calmaria, agitação... O que eu quero?! O que eu preciso?! O que me fará sentir completa?! Ou será que o que eu preciso é me esvaziar?! Será?!
Não sei. Só sei que assim como está não me agrada. Pela metade não. Ou tudo ou nada. Copo cheio ou vazio. Pela metade está me incomodando - no momento.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Recicle (suas ideias)

5 Posts no outro blog! 5 Posts!!! Eles estavam lá, perdidos entre tantos rascunhos, ideias que eu queria desenvolver, desabafos, 'insights', essas coisas todas.
Alguns estavam prontinhos, foi só formatar. Outros, nem tanto. Põe daqui, tira dali, lê, relê, dá uma última olhadinha, muda... Mas a essência estava lá, só faltavam os últimos retoques.
Reciclar ideias... 
Atualmente, tanto tem se falado em consumo consciente e reciclagem - material. A reciclagem de ideias também é uma boa pedida. Aquele versinho da infância, a dissertação nota 10 (ou 9, ou até 8 e meio, por que não?!), aquela piada que, se não foi você que inventou, foi quem a tornou conhecida, pelo menos.
Recicle suas ideias. Não as jogue fora sem antes dar uma boa (mas boa mesmo) olhada nelas, e ver se não servem pra nada. Não saia por aí 'comprando' novas ideias, só porque acha que as suas estão velhas, ou fora-de-moda. Aliás, não existe mais nada que seja ultrapassado. Suas ideias serão 'vintage'.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Errar é humano

Acabei de moderar dois comentários no outro blog. Anônimo escreveu: Falta Criatividade. Bom, resumindo foi isso que ele escreveu nos dois. Em um ele escreveu mais coisas, falta maturidade e tals. Assim.
Doeu. Feito ferroada de marimbondo (que se você estiver se perguntando, eu já levei) bem no peito (a do marimbondo não foi no peito, foi na mão, mas... liberdade poética aqui, ok?!).
Por instante pensei: "não vou aprovar". Wrong! Não deixar que alguém critique meu trabalho é achar que nunca falho em escrever, e isso é o contrário do que julgo pensar. Eu erro sim, e muito. Mas nem por isso deixo de tentar.
O segundo pensamento foi: "aprovo e respondo". Wrong again. Responder pra quem?! Pro anônimo?! Eu sei, como ótima leiga em informática que sou, como é difícil por seu nome nos comentários. Tem que ter blog, ou conta do google, ou OpenID (que diabos é isso?!) ou outra coisa lá, ou ser anônimo. Eu entendo. Eu mesma, em Será, fiz um comentário como anônimo, mas pus meu nome (quanta idiotice, meu Deus, mas o blog é meu mesmo).
Outra coisa: responder o que?! "Discordo"?! "Concordo"?! Que diferença faz?! É a opinião dele. Vou discutir com opinião?! Lógico que não!
Doeu aprovar esses dois comentários. Mas foi bom também. Quem sabe não serve como incentivo para eu melhorar - cada vez mais.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ser EU

É difícil pra mim ser EU. Tão difícil quanto deve ser pra você ser quem você é. É difícil, complicado, doloroso, e às vezes muito chato. Mas essa é a única opção que temos. Sermos nós mesmos. 
Seria fácil ser o outro. Muito fácil. Olharíamos a tudo com aquele distanciamento necessário pra enxergar a questão em si, e não tudo aquilo que vem com ela. É como olhar um corte sem sentir a dor. Quando de fora, é fácil saber como estancar o sangue, limpar o corte, pra onde ir. Mas o sangue jorrando, as pessoas gritando e - principalmente - o corpo doendo nos impede de pensar com clareza justamente no momento em que isso é crucial.
Viver nossas vidas, com todas as dores, desesperos e percalços que as acompanham, não é fácil. Seria bom termos esse distanciamento. Poder nos observar, nos analisar, ver além das palavras, das atitudes, ir além e ver os pensamentos, as intenções das pessoas. Seria ótimo se pudéssemos pensar calmamente antes de dizer ou fazer qualquer coisa.
Seria ótimo. Mas não teria a menor graça.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Rehab

Ai ai Amy . . .

They tried to make me go to rehab, but I said: "No, no, no". Pois é, nem só Amy Winehouse precisa de reabilitação... Como dito no post anterior, tentei passar esse fim-de-semana prolongado sem usar o computador. E consegui. Em termos.
Não vou comentar tudo aqui, deixo isso pro meu outro blog. Mas descobri muitas coisas nesses dias.
1º: É quase impossível viver sem computador. Quase. Em dois momentos nesse fds eu sentei em frente ao computador ligado (em minha defesa tenho que não fui eu que liguei o computador, e não fiquei muito tempo em frente a ele). Isso descontando a vez que nem sentei, só pluguei meu mp3 pra carregar e deixei. As duas vezes foi quando pluguei meu mp4. No outro blog contei que ele estava me irritando um pouco (uma grande mentira, porque ele me irritou tremendamente). Pois bem. Ele apresentou um problema aleatório e louco, que não podia ser consertado na assistência técnica. Depois de quase 20 dias ele voltou - formatado. Quase 10 GB de música que foram apagados. Tive que colocar as músicas tudo de novo. Por isso que usei duas vezes o pc.
2º: É não só possível, como também relativamente simples, viver sem internet. Nas duas vezes que usei o computador, não acessei a internet. Fora o choque inicial de não entrar no MSN, Facebook, Orkut, Twitter, Formspring, Gmail e outros ao mesmo tempo, foi bem tranqüilo ficar 'offline' por uns dias... Dormir cedo foi recompensador, assistir a  TV um pouco foi divertido, ouvir música por mais tempo é sempre algo bem-vindo. Não precisei da internet esses dias pra saber sobre os meus amigos ou pra me divertir - o casamento de segunda que o diga!
Chego então a seguinte conclusão: é possível sim viver menos conectado. É muito difícil não usar as tecnologias a que temos acesso. Mas não é necessário ficar o dia inteiro preso a elas. E por último, mas não menos importante: 'Desplugar-se' não causa síndrome de abstinência.

PS.: Aprendi como ocultar links em palavras! Eu sei que é muito fácil, mas entenda que pra mim isso é como passar pro plano cartesiano uma equação de 2º grau - com a diferença que eu não sei mais como passar pro plano cartesiano uma equação (aliás, eu não sei mais nada relacionado a plano cartesiano).

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Unplugged

Oops! Unplugged errado...

Esse é o blog onde eu menos posto. Acho que é porque eu sempre posto aqui pensamentos mais... profundos. Aquelas coisas que a gente pensa, pensa, pensa, mas pensa também que aquilo nunca vai sair da esfera do pensamento. Pois é. O que sobrevive a essa luta interna e aterrorizante - que é lutar contra si mesmo - vem parar nesse blog. Bom, é pouco provável que quem já tenha lido os posts, ache tudo tão dramático assim... Normal. Drama faz parte da minha vida - junto com Comédia, Ação, Aventura, Suspense... Terror eu não gosto, e Romance está difícil... rsrsrs
Mas esse post não é pra falar sobre pensamentos, e como eles sobrevivem até se tornarem posts. Não. Esse post é um daqueles pensamentos que teimam em aparecer, ficam rondando, a espera de uma chance. Pois bem. Ele teve agora a sua. Um contato profissional (isso soa chic, não?!) programou o e-mail dela para responder a todos que lhe mandassem e-mails: "Até dia 16 de janeiro, estarei de férias DE VERDADE e portanto, sem acesso a e-mails :-)". Exatamente isso. Nada do tipo "Estarei fora até dia tal", ou "Sem internet", nada que diga ESTOU IMPOSSIBILITADA DE USAR UM COMPUTADOR, mas sim NÃO QUERO ME CONECTAR ESSES DIAS. Simples assim. Simples, rápido e indolor.
Isso foi hoje. Há algum tempo que eu penso como me desconectar. Não vender meu computador de casa, ou destruí-lo, nem mudar de profissão e começar a vender bijoux na praia (nada contra, seria ótimo!). Me desconectar mesmo tendo a oportunidade de estar conectada. Ficar, sei lá, um fim-de-semana sem usá-lo, mas não porque eu estive fora, e onde eu estava não tinha computador, ou porque eu não tive tempo. Ficar desplugada porque eu QUERO ESTAR, e não porque ERA A ÚNICA OPÇÃO.
Internet hoje é um vício, assim como beber, fumar, jogar, gastar compulsivamente, comprar esmaltes (oi?!), entre outros. Passamos mais tempo na frente de um computador do que deitados numa cama - e olha que eu curto pra caramba dormir. Mesmo quando não tem nada de bom pra se ver na internet (e isso pode parecer impossível, mas não é), eu preciso ligar o estabilizador, apertar o botãozinho da CPU, esperar o Software iniciar, conectar a internet e entrar - aqui, ali, em qualquer lugar.
A internet é um vício relativamente moderno. Eu passei a minha infância toda, e quase a adolescência inteira sem um computador com internet em casa. Sobrevivi a isso. Muito bem aliás. Hoje vejo crianças de 9, 10 anos com notebooks e webcams, e penso se isso é realmente saudável - e seguro.
Mas não vou pensar em criancinhas usando uma ferramenta inadequada para sua idade, em analfabetos funcionais que "causam" na internet, ou criticar como o livre acesso a informação não deixou as pessoas mais inteligentes - pelo contrário. Vou pensar no meu vício na internet. Como ela está me atrapalhando. Como ela está me limitando, ao invés de me expandir.
Além do desabafo (e que desabafo!), vamos tentar algo novo. Vamos tentar passar esse fim-de-semana prolongado (em SP) sem se conectar. Sexta a noite, correria, pois vou passar o fds fora. Segunda, correria, porque vou num casamento. E terça-feira?! Sossego total, estou planejando só tirar o pijama pra tomar banho e por outro pra dormir. Será que eu consigo ficar 4 dias sem aparecer por aqui?! Será que vou ficar um dia inteiro em casa sem ligar o meu computador?! Veremos.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Constatações

É engraçado revisitar o passado e ver o quanto a gente muda em tão pouco tempo.
Os sentimentos que pareciam te dominar nem existem mais.
As dúvidas que te corroíam sumiram.
Medos que julgávamos eternos desapareceram.

Ficar com aquele sentimento estranho sobre o passado é normal - aquele sentimento estranho que alguns chamam de vergonha, embaraço, constrangimento, mas não é exatamente isso. É algo além. Como se não nos reconhecesse-mos mais naquelas palavras. Como olhar um retrato antigo e por um instante ficar em dúvida se é realmente você que está ali.
Mas é sim. Você é aquele que está naquele retrato, com uns dentes faltando, vestida de bailarina - ou de super-herói no caso dos meninos. E você é aquele que você vê todo dia no espelho - nem que seja pra escovar os dentes e pentear o cabelo.
E eu sou aquela menina assustada que pensava não ser capaz de escrever - que dirá de ter 4 blogs simultâneos! E eu sou essa que escreve agora, sem medo, e com uma curiosidade imensa. Vontade de enfrentar novos medos, correr outros riscos, ousar.
Se a gente já viesse pronto, acho que a vida não teria a mesma graça. Bom mesmo é ver até onde a gente pode ir.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Rascunhos

Tanto nesse, quanto no outro (e no ainda outro) blog, tenho mais postagens que rascunhos. Beleza. Mas mesmo assim me impressiona o tanto de textos guardados - alguns terminados, outro largados pela metade, e mais outros que estão apenas começados. Mas são rascunhos ainda. E eu tenho as minhas dúvidas se algum já postado seja algo além de um rascunho - do que eu sou.
Rascunhos. Parece que a gente passa a vida inteira se preparando para... viver! Como se houvesse um treino, ou ensaio. A gente escreve de lápis, acreditando que vai dar tempo de voltar de passar a caneta por cima de tudo. A gente faz um rascunho da vida. Mas em que momento vamos passar isso a limpo?!
Eu tenho medo dessa época: fim-de-ano. Medo e pena. Por mim e pelos outros. Por que a gente promete ser melhor no ano que virá, se ainda dá tempo de fazer tanta coisa nesse ano ainda?! Por que a gente planeja fazer tudo o ano-que-vem, mas não faz nada durante esse mês?! Por que a gente começa a riscar a agenda de 2011, se nem terminou de anotar na de 2010?! Por que a gente joga quase um mês fora, na expectativa de outros 12 meses - que virão, como tantos outros, e passarão, como todos que já passaram?! Por quê?!
Por que somos melhores na teoria do que na prática. Por que prometer ser melhor e fazer mais, é muito diferente de cumprir. E alguns conseguem viver tranqüilamente com a promessa de algo - sem que isso precise se concretizar.
Mas eu não. Percebi que quanto mais protelo, mais sofro. Quanto mais procrastino, mais tempo perco. E nessa história de deixar tudo pra depois, e mais prometer que cumprir, eu vou escrevendo a minha vida no rascunho - só que eu não sei quanto tempo vou ter pra passar a limpo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Carinho X Correntes

Parece ser opinião da grande maioria que mandar correntes com mensagens sobre amizade é a forma mais rápida, prática e indolor de demonstrar carinho pelos outros. Por que então eu não sinto esse carinho todo?!
Começa que a mensagem não vem só pra mim. Não, eu não quero que você mande a mesma mensagem individualmente, escrevendo meu nome lá em cima, ou qualquer coisa do gênero. Eu só não quero ver toda a sua lista de contatos. Use cópia oculta. Se o seu medo é que seus amigos não saibam que você já mandou pra determinadas pessoas, e assim mandem repetidas vezes uns para os outros, nem se preocupe. Quem costuma repassar isso não costuma checar pra quem já foi enviado; vai direto no botãozinho 'encaminhar' e zás!, todo mundo vai receber a mesma corrente 50 vezes. Dizem que quanto mais você recebe, é porque mais pessoas gostam de você. Comecei a desconfiar disso quando recebi esse tipo de mensagem de quem eu nem conhecia - sei lá, devem ter visto meu e-mail entre tantos outros que não foram mandados na cópia oculta.
Já que falamos disso, vamos aproveitar o gancho. Vai mandar o seu com cópia oculta?! Obrigada. Me faça mais um favor, então. Demonstre seu carinho por quem te mandou isso, e apague os rastros dele. "Como é?!" Isso mesmo, apague os rastros dele. Apague o endereço de e-mail dele (que vai aparecer quando você for encaminhar), apague os contatos dele (se ele ainda não aprendeu a usar o Cco.), apague as informações dele. Aproveita e apaga também aqueles anúncios que ficam no pé da página, eles são um saco e só fazem volume.
Apagou tudo?! Muito obrigada. Agora, dá um formatada no texto. "Oi?!" Isso, dá uma formatada no texto. Vê se não tem erros crassos de português - erro bobo, como acentuação, pontuação, erro de digitação, eu até deixo passar. E quando você escreve muito errado no msn, também. Mas se essa é uma mensagem de carinho e afeto, demonstre todo esse afeto pela sua língua materna também. Ela sofre tanto...
Ortografia e gramática ok?! E essa profusão de cores, tamanhos e estilos de letras variados?! É proposital?! Sério mesmo?! É nessas horas que eu descubro que aquela amiga super séria na verdade é um poço de alegria. Mentira. As amigas sérias não mandam correntes. Então está certo. Você é colorida, você é divertida, você pode me mandar mensagens esfuziantes. Mas arruma o parágrafo. "O quê?!" Arruma o parágrafo. Sabe, as mensagens às vezes vem tão desconfiguradas que mesmo numa tela widescreen de 20 polegadas, você ainda tem que ficar andando com a setinha, da esquerda pra direita, e vice-versa. Arruma o parágrafo. Vai ficar show!
Formatação pronta, erros corrigidos, rastros apagados, cópia oculta pra todo mundo. Deixe uma mensagem pessoal. "Para tudo!". Não não, deixe uma mensagem pessoal, pra eu ter certeza que você tem realmente todo esse carinho por mim (nós). Entenda: não é pra por o meu nome, mas sim o seu. Assinatura automática está valendo. Se quiser deixar um recado curtinho - 'lembrei de você...', 'beijos', 'espero que goste(m)' - melhor ainda. Não se preocupe. Se tocar no meu coração encaminhar a mensagem, eu apago o seu recado e escrevo o meu; ou você prefere que eu mantenha o seu?!
Dá muito trabalho?! Ué, eu sempre leio que devemos 'perder' um minutinho re-enviando essas mensagens pra quem amamos. Perca dois e me faça muito mais feliz. Pense bem. Mensagem todo mundo encaminha. Agora, mensagem com estética legal, sem erros de português, sem a lista de contatos das 25 pessoas anteriores que mandaram aquilo, sem aquele monte de 'FW' ou 'ENC' no assunto (sabia que tinha esquecido de algo!)... será quase uma mensagem nova!
Sou chata?! Pra caramba! Mas esse monte de mensagens não se apaga sozinha da minha caixa de entrada, e às vezes eu nem acho a mensagem no meio de tanto lixo que vem junto. Demonstre seu carinho por mim me poupando de tudo isso.
Unsbeijos,

Aninha

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

(Mais) Meninas e (Menos) Meninos

"E eu gosto de meninos e meninas" Verso da música Meninos e Meninas, da Legião Urbana. Eu, particularmente, prefiro as meninas. Não no sentido sexual ou romântico da palavra. Mas no geral, mulheres são mais atraentes que os homens. Vejamos o porquê.
Homens são completamente simples. Mulheres são puramente complexas. Homens tem sentimentos iguais aos nossos, problemas semelhantes aos nossos, relacionamentos afetivos (românticos ou não) idênticos aos nossos. Mas um cérebro diferente. Eu realmente não sei a quantas andam as pesquisas científicas nesse sentido. Talvez tenham descoberto que até o cérebro masculino é similar ao feminino. Mas eu tenho certeza (essa mania de mulher de sempre ter certeza, sempre estar certa) que há uma 'pecinha' neles que funciona de forma diferente da nossa. Mas não importa o que cientistas, psicólogos, cartomantes ou o papa diga. Mulheres e homens são diferentes. Mulheres são muito complicadas. E é isso o que eu amo nelas.
Um dia somos mais bonitas que Gisele Bündchen, Beyoncé e Angelina Jolie - juntas. No dia seguinte (ou até no mesmo dia), nos transformamos no Corcunda de Notre-Dame de saias. Acordamos Cinderellas, Belas e Brancas-de-Neve, de tão boas; pra na hora seguinte estarmos competindo para ver quem fica com os papeis de madrasta/bruxa-ou-rainha má das histórias e contos de fadas. Podemos dar o sorriso mais branco e cristalino para o vizinho e fazer a cara mais feia para o motorista do ônibus - nem 5 minutos depois. Um telefonema pode começar com um "oi meu amorzinho..." e terminar com "quem você pensa que é pra falar assim comigo?!". Sempre temos as nossas razões.
Essa é a melhor parte. As razões que temos para as mudanças de humor. TPM parece durar a vida inteira, ininterruptamente. Dor-de-cabeça, problemas com o chefe, com o trânsito, salário pequeno pra contas grandes. Tudo isso é motivo. Como se homem não passasse pelas mesmas situações - menos a tensão pré-menstrual. Claro que eles tem vias de escape. Mas nós também temos. 
Essa é outra injustiça feminina. Entretenimento feminino é de segunda a sábado, das 18h às 22h - ou seja, novela. Entretenimento masculino pode ser (e nem sempre é) de quarta, quinta, sábado e domingo, 2 horas por dia. E nós somos capazes de reclamar disso. Não vemos graça no esporte favorito da nação (eu sinceramente não vejo), mas é totalmente cabível os italianos falarem português na Itália, um estilista famoso não ter sua identidade secreta revelada ou qualquer outra coisa do gênero. Homem não pode beber com os amigos, mas mulher pode ir ao Shopping sem o namorado/noivo/marido - de preferência, só com o cartão dele.
Queremos ter independência financeira - em partes. Até o jantar de aniversário de namoro/noivado/casamento, num restaurante bem caro - e com cardápio bem exótico (i. é, comida ruim). Ali ele se torna o homem, o provedor, o "cavalheiro". Mas se comprar uma lava-louças, pensando em nos poupar dessa ingrata tarefa, "o que ele está pensando?!". Queremos pagar o ingresso no cinema; mas ele pode nos dar de presente aquele tamanco lançamento metade-do-salário-do-mês (e que se ele pudesse, diria que achou feio - mas ele não pode).
Opinião de homem não vale um centavo. A gente pede só pra fazer o contrário. "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Não corta não, tá bonito" "Você acha então que eu tenho que te agradar, fazer a sua vontade?!". Ou então: "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Corta, vai ficar legal, diferente" "Você não gosta do meu cabelo assim?! O que você tem contra ele?!". Há quem diga que mulher não se arruma pros homens, mas pras outras mulheres. Eu não sei. Mas que ela só ouve os conselhos das amigas, isso é verdade.
Enfim, mulher é mais complicada que matemática espacial, física nuclear, teoria das cordas, genética, filosofia avançada, russo, línguas nórdicas e socialismo político-econômico - tudo junto. Mulher é tão complicada, que nem ela sabe se definir. Tem dia que nem ela mesma se suporta; mas tem dia que ela se ama mais que tudo nessa vida. Deve ser por isso que eu amo ser mulher - hoje; amanhã não garanto acordar não querendo ser homem... brincadeira!

sábado, 20 de novembro de 2010

Sobre adolescência, irmãos e bandas...

Eu tinha 11 anos. Eu tinha 11 anos e um irmão 4 anos mais velho. Eu tinha 11 anos, um irmão 4 anos mais velho, e estava mudando de escola. Eu tinha 11 anos. Não é fácil ser adolescente. Aliás, dizer que não é fácil é eufemismo. Ser adolescente é duro. Insuportável. Angustiante. E estamos falando não de 1, mas 2 adolescentes de sexos diferentes habitando uma mesma casa - e um mesmo quarto. Como sobrevivemos?! Como hoje somos amigos de viajar juntos, eu passar o fim-de-semana na casa dele e ele voltar pra cá de vez em quando?! Como hoje temos o maior respeito e admiração um pelo outro?! Não posso atribuir tudo isso a uma banda. Não posso dizer que uma banda de rock foi responsável pelos laços que nos unem (lindo isso, não?!). Isso é graças a formação familiar que tivemos, a nossa educação, o ambiente em que fomos criados. Mas posso garantir que uma banda de rock facilitou nossa convivência durante a - tenebrosa - adolescência.
Eu tinha 11 anos quando fui apresentada ao Red Hot Chili Peppers. Eu ouvia Sandy & Júnior, Britney Spears e Band FM. Meu irmão trouxe 2 albuns do Red Hot - pelo menos é assim que eu me lembro. Havia uma energia naquela música, uma vibração, qualquer coisa que nos atinge fatalmente e então ficamos perplexos. Não foi gradativo. Não foi aos poucos. Foi instantâneo. Difícil explicar esse tipo de coisa. Mas é fácil dizer as consequências disso.
Não deixamos de ser irmãos adolescentes por isso. Eu não deixei de ouvir Britney Spears e POP em geral. Mas quando o Fantástico abriu uma votação para qual clipe iria passar no final, se o novo do Red Hot ou o novo do Sandy & Junior, eu torci para que o Red Hot ganhasse - e assim foi. Isso porque eu ainda gostava de Sandy & Junior na época. Quando eles tocaram no Rock In Rio 2000, eu fiquei a madrugada acordada com meu irmão, lançando pragas no Márcio Garcia por falar durante o Show (pelo jeito não fomos só nós, esse aí não conseguiu ser galã nem de novela da Glória Perez, que até o sem-expressão Murilo Benício consegue). Em 2002, mais precisamente no dia 12 de Outubro, que foi um sábado (certas coisas nessa vida marcam, ok?!), eu me senti um pouco lá com meu irmão quando os Chili Peppers tocaram no Pacaembu. Eu também amaldiçoei toda a rádio 89fm, que agora virou um sei-lá-o-quê mas na época era a rádio rock, por não transmitir o show direito.
Não ouço as mesmas músicas que meu irmão. E ele com certeza não curte metade do que curto. Mas atravessamos nossas adolescências ouvindo CDs inteiros, assistindo a programas, gravando videoclipes (fita VHS, lembra?! ok!, sou velha), comprando revistas, tudo por uma banda. Eu realmente não posso dizer que se não fosse o Red Hot, não seriamos tão unidos. Mas posso garantir que teria sido muito (mas muito mesmo) mais difícl.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mensagens Motivacionais me desmotivam

Já reparou como todo mundo tem a solução pro SEU problema, menos VOCÊ?! É impressionante o tanto de conselhos que ganhamos, muitos sem pedí-los, e quase todos sem aplicá-los...
Fiquei pensando no porque disso, porque todo mundo tem algo a lhe dizer sobre o que você está passando. E a resposta é muito óbvia, e me sinto até idiota por demorar tanto tempo pra chegar a essa conclusão: porque o problema não é dele. A vida não é dele, o emprego não é dele, a namorada (ou a falta de) não é dele. Se fosse, ele não perdia tempo filosofando e tentava fazer alguma coisa. E se não desse certo, ele ficaria louco da vida, pensaria um monte de besteira e deixava quieto - ou tentava outra coisa, sei lá.
Agora, o problema é seu. Vida, emprego, família, amigos, o que quer que esteja te incomodando, é problema seu. Você pensa em fazer alguma coisa, ou não pensa em fazer nada. Você está triste, chateado, irado, deprimido. Então vem aquela pessoa legal e te fala um monte de coisa bonita. Aí você vê a beleza da vida e esquece dos seus problemas. NOT. Você continua do jeito que estava, ou talvez um pouco pior, porque as pessoas não te entendem, ou então porque você passa a acreditar que não tem motivo para estar assim. Peraí! Lembra de quem é o problema?! Lembra de quem é a vida?! Lembra?! É a sua vida, é o seu problema! Meu filho, um chute no seu estômago não dói em mim. Eu posso até me compadecer de você, posso até te levar ao pronto socorro, mas te falar que a dor é pra lembrarmos que estamos vivos, e dê graças a Deus por ter estômago... não né?! Hora mais chata de passar mensagens positivas e bonitinhas.
Livros de auto-ajuda são muito legais. Você lê um monte de coisa interessante neles. Mas se eu puder te dar um conselho (e será só um): não os leia quando estiver deprimido. Não adianta. "Veja a vida positivamente". Legal, quero fazer isso, mas no momento eu preciso saber como. "As respostas não estão neste livro, mas sim dentro de você". E eu posso saber porque razão gastei 9,90 para ter o livro?! Sério mesmo, leia auto-ajuda num momento bom da sua vida. Ele está cheio de mensagens e alguma coisa sempre é útil. Mas quando tudo que você quer é chorar feito criança e gritar: "Eu quero a minha mãe!", acredite, ele não serve pra nada.
O problema do ser humano é achar que a vida deve ser só alegria, que todo mundo é feliz menos você, que não existe espaço pra raiva, mágoa ou desânimo. Embora não sejam realmente os mais nobres sentimentos, tentar ignorá-los não vai desaparecer com eles, da mesma forma como o lixo não some da sua casa num piscar de olhos - quem dera...
Sinta raiva, xingue, chore, durma um fim-de-semana inteiro e fique meio deprê de vez em quando. E se alguém quiser te enfiar goela abaixo mensagem de vida ou lição de moral, mande ele pro inferno e seja feliz - ou não, você que sabe.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Calendário

Lembrei agora do meu primeiro emprego. Recepcionista de um laboratório de tomografia computadorizada dental - mais específico, impossível. Bom, pulando toda a história sobre o tal emprego, e indo para a parte determinante dele: tinha prazo de validade. Não, não era contrato. Era um emprego comum, com carteira registrada. Mas tinha prazo de validade pra mim. Eu tinha passado num concurso público. E embora tenha demorado um século (exagerada) para me chamarem, sabia que um dia eu sairia de lá - do laboratório.
Cada dia que terminava, eu passava o marca-texto por cima. Um dia a menos. Meses fazendo isso, pois mesmo não sabendo a data, eu sabia que um dia aquilo iria acabar. Era o que me consolava nos dias ruins. Era o meu mantra às 7h45 da manhã em plena estação da Sé. Era a minha promessa pra mim mesma todos os sábados daqueles quase sete meses. Acabaria. Um dia eu poderia olhar pra trás e dizer: sim, eu fui recepcionista de um laboratório (de tomografia computadorizada dental, rs), mas isso é passado.
Esse dia chegou. Aliás, esse dia chegou há mais de um ano. Entre o alívio dos sábados livres e a tristeza pelo fim - mesmo que já previsto, e até planejado - de um ciclo, eu realmente hoje posso dizer que aquilo faz parte do meu passado. Agora, no meu terceiro emprego (e segundo concursado, porque eu não sou besta de trocar o garantido pelo duvidoso), eu vejo que o tempo passou até rápido demais. No meu novo calendário, um monte de anotações, datas marcadas, férias do ano-que-vem já contornadas. Mas nada de contagem regressiva. Devido a minha insatisfação crônica, não garanto (nem creio) que esse seja meu último emprego, onde vou me aposentar. Mas, por enquanto, não tenho pressa pra mudar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mudanças

As mudanças ocorrem lentamente. A gente pensa que vai acordar um dia com tudo mudado, tudo solucionado... Ledo engano. Até chegar ao ponto de ver na minha pasta de e-mails enviados um constando o seu endereço, e não sofrer mais com isso (pelo contrário, até esbocei um sorriso), tive que muitas vezes lutar contra mim mesma, sofrer calada (e me arrependo de não ter sofrido mais), sentir calafrios ao ouvir seu nome. Hoje estou aqui, escrevendo sobre você, sem medo, sem dor, sem arrependimento - porque como já disse anteriormente, arrependimento demais é achar que não se aprende nada com uma situação, e eu aprendi muita com essa.
Acordei mudada. Mas demorou tanto, foi tão devagar, que hoje o meu sono é mais forte que a minha mudança. A gente acha que quando mudar, será um dia de primavera, com sol e flores, alegria contagiante. Mas hoje é um dia de inverno pós-feriado, ainda frio porque choveu ontem (Aleluia! por isso, o tempo em SP estava muito seco), e eu com sono porque meu corpo ainda não se acostumou a acordar cedo, depois de quase uma semana dormindo até tarde. Mudei sim. Mas quase não sinto mais a mudança. Não foi algo repentino. Foi gradativo. Em algum momento entre o ano passado (que parece tão longe, mas não é) e esse, tudo aquilo que eu sentia por você foi se transformando em algo que agora eu não sei te dizer o que é. Se eu disser que foi em março, maio ou agosto, estarei mentindo. Foi na verdade em março, maio e agosto, e todos os outros meses antes e depois e durante.
Hoje apaguei aquele e-mail que te enviei. Por um motivo muito diferente daquele que tinha quando apaguei todos os e-mails que trocamos naquele curto período. Naquela época, era porque doía demais ver tudo aquilo que tínhamos compartilhado e perceber que tudo havia acabado. Reler nossas conversas seria reviver um passado que não tinha (tem) perspectivas de futuro. Mas o tempo, sempre ele, se encarregou de que aquilo que não se apagava num click, se apagasse lentamente da memória. Quando apaguei esse último e-mail, foi pura questão de praticidade: precisava de espaço no meu e-mail já tão pequeno (nem 250 MB). Sinais dos tempos. Sinal da mudança.