segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Amadurecendo

Uso sempre essa frase pra me definir: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo." Mais do que um verso de uma ótima música do Raul Seixas, ela descreve bem como eu me sinto, em relação a (quase) tudo. Acredito sim que existam pessoas que nunca mudam. Nascem ouvindo sertanejo, e morrem ouvindo sertanejo. Nascem e morrem ouvindo heavy metal. Só assistem a filmes "B" ou "cult", nunca comem em fast-food, só usam transporte público, e por aí vai... Não só acredito na existência desses, como também respeito, aceito. Afinal, quem sou eu pra julgar?! Mas diferente desses, eu mudo sempre. Não consigo me adaptar a rotina, cotidiano, dia-a-dia. E sofro. Sofro por tentar (em vão) ser igual a todo mundo, passar despercebida. "Adaptação" é uma palavra que não me cabe - pelo menos, não agora. Pra mim, soa como ter que cortar um pedaço das pernas, pra poder caber na caixa.

Outra citação que está entre as minhas favoritas, é da escritora Maria Clara Machado: "Aprendi que amadurecer dói, mas o fruto pode ser bom." Falo isso porque sinto na pele. Descobri que pra me tornar a borboleta que eu quero, tenho antes que romper o casulo que me prende; esse mesmo que até há pouco me protegia dos perigos deste mundo... E rompê-lo é difícil, dói... É vagaroso, e às vezes, frustrante. Mas dizem que nada se compara a ser borboleta, e voar por aí. Então deve valer a pena. Também sei que se não fizer isso agora, se esperar que alguém venha e rompa o casulo por mim, minhas asas nunca terão força suficiente para voar... Essa é a ideia do amadurecimento: sem dor, não há reconhecimento. Se não sofro, não aprendo, e então não amadureço.

Todos tem seu tempo, suas fases. Meu tempo de amadurecer é esse, agora. E a fase pela qual estou passando é de reflexão: parar de olhar em volta, passar a olhar pra dentro. As perguntas eu sempre tive. Mas agora estou descobrindo que eu também tenho as respostas...

Nenhum comentário: