Acabei de tomar um chá doce. Um chá tão doce, mas tão insuportavelmente doce, que vislumbrei (porque não me atrevo a dizer que experimentei) o sufoco sentido por uma amiga ao fazer um teste de curva glicêmica (um pequeno parenteses aqui para explicar que isso é um exame para medir as alterações dos níveis de glicose - açúcar - no sangue. Um exame para diagnosticar Diabetes ou o contrário dela). E porque eu estou falando sobre chás doces ou exames de diabetes, ainda mais nesse blog, que costuma ser mais reflexivo que os meus outros?
Well, well, eu amo doce. E exageros também. Tanto que a minha mãe diz que o que eu faço ou é BEM doce ou BEM salgado, BEM quente ou BEM gelado. E mesmo assim, eu não suportei esse chá, de tão melado (é como as meninas aqui da secretaria se referem ao que é muito doce) que estava. Esse chá ultrapassou o limite aceitável, até pra quem tem parâmetros tortos, como eu.
E o mesmo ocorre com as pessoas. Tem gente que é tão doce que enjoa. Tem gente que é tão azeda que faz a gente por a língua pra fora. Tem gente que é tão amarga que a gente faz até careta. Tem gente que é tão salgada que a gente até cospe. Ninguém que é só "um sabor" é agradável, ainda mais quando o é em exagero.
Acho até que ninguém seja realmente só "um sabor". Impossível não ser azeda quando o dia conspira contra você (e acredite, esses dias existem). Impossível também não ser salgada na hora de lutar pelo que acredita. Ou não ser doce quando está junto de quem te ama - e você ama em reciprocidade. Amargo é um sabor que eu acho que dá pra passar sem - mas não garanto.
Ou seja: seja feliz quando tiver que ser, seja alegre, amoroso, "doce" quando sentir vontade. Não seja sempre, se não a gente enjoa.
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