Minha cabeça dá voltas e mais voltas.
Tudo acontece tão rápido, e ao mesmo tempo parece que, em certos momentos, tudo se passa em câmera lenta, pra eu conseguir ver, sentir, viver cada coisa...
É muita informação, é muito controverso, e isso é a vida - oposto da morte. Morte é nada, e dói em quem fica, não em quem vai. Morte é fim, e vida é recomeço infinito, cada instante acaba e começa novamente, até que chega a morte e o ciclo acaba.
É muita tristeza misturada com muita alegria, porque a gente não pode deixar de celebrar a vida, ao mesmo tempo que precisa chorar a morte. E é assim, tudo se coincide, e você nunca para, não pode organizar os acontecimentos como organiza e-mails ou gavetas, "aqui eu guardo os sorrisos", "agora eu vou chorar um pouquinho", tudo ocorre ao mesmo tempo e você não sabe se chora ou ri. É estafante.
Deve ser o meu sapato que aperta mas sustenta meu pé; e quando eu o retiro, eu quase caio e ele dói, mas junto vem o alívio da liberdade. Cada morte me aperta mas sustenta minha vontade de continuar vivendo, e quando eu respiro e vivo, dói pela lembrança de quem não pode mais, mas a vida, a liberdade, é isso - um sacrifício que eu faço todo dia, a alternativa pra mim não é uma opção.
Enterro meus mortos e choro minhas dores, pra lembrar que viver é a maior benção que se pode ter.
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