terça-feira, 30 de novembro de 2010

Criatividade out

Alguém roubou
descaradamente,
desumanamente,
humilhantemente,
minha criatividade

Esse alguém me obrigou
A abusar de advérbios;
A repetir a exaustão verbos;
A fazer releituras de provérbios;
Me fez perder a dignidade.

Ele (ou ela) me tornou
uma pessoa sem idéias.
Como um circo, que na estreia,
percebe estar sem plateia.
Acabei perdendo a identidade.

Separação

Na divisão dos Bens
Quem fica com as lembranças?!
Quem conta pras crianças
O futuro que nos sobrevém?!

Na partilha dos móveis e automóveis
Nós ficamos inertes, imóveis
Separando os objetos, inanimados
Segurando o choro e sofrendo calados

O passado a gente deixa lá atrás
Finge que não dói: "Tanto faz..."
Diz que esqueceu pra não lembrar
Fecha a porta e sai, quando quer ficar

Mente pra família e pros amigos:
"Nunca mais deixo isso acontecer comigo!"
Fica se culpando, se coloca de castigo
Quando o que mais precisa é de um afago, um abrigo

E o futuro, o que se faz com ele?!
Ele não para, não espera, ele segue
"Pois então, ele que me carregue,
depois eu vejo o que faço dele..."

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

(Mais) Meninas e (Menos) Meninos

"E eu gosto de meninos e meninas" Verso da música Meninos e Meninas, da Legião Urbana. Eu, particularmente, prefiro as meninas. Não no sentido sexual ou romântico da palavra. Mas no geral, mulheres são mais atraentes que os homens. Vejamos o porquê.
Homens são completamente simples. Mulheres são puramente complexas. Homens tem sentimentos iguais aos nossos, problemas semelhantes aos nossos, relacionamentos afetivos (românticos ou não) idênticos aos nossos. Mas um cérebro diferente. Eu realmente não sei a quantas andam as pesquisas científicas nesse sentido. Talvez tenham descoberto que até o cérebro masculino é similar ao feminino. Mas eu tenho certeza (essa mania de mulher de sempre ter certeza, sempre estar certa) que há uma 'pecinha' neles que funciona de forma diferente da nossa. Mas não importa o que cientistas, psicólogos, cartomantes ou o papa diga. Mulheres e homens são diferentes. Mulheres são muito complicadas. E é isso o que eu amo nelas.
Um dia somos mais bonitas que Gisele Bündchen, Beyoncé e Angelina Jolie - juntas. No dia seguinte (ou até no mesmo dia), nos transformamos no Corcunda de Notre-Dame de saias. Acordamos Cinderellas, Belas e Brancas-de-Neve, de tão boas; pra na hora seguinte estarmos competindo para ver quem fica com os papeis de madrasta/bruxa-ou-rainha má das histórias e contos de fadas. Podemos dar o sorriso mais branco e cristalino para o vizinho e fazer a cara mais feia para o motorista do ônibus - nem 5 minutos depois. Um telefonema pode começar com um "oi meu amorzinho..." e terminar com "quem você pensa que é pra falar assim comigo?!". Sempre temos as nossas razões.
Essa é a melhor parte. As razões que temos para as mudanças de humor. TPM parece durar a vida inteira, ininterruptamente. Dor-de-cabeça, problemas com o chefe, com o trânsito, salário pequeno pra contas grandes. Tudo isso é motivo. Como se homem não passasse pelas mesmas situações - menos a tensão pré-menstrual. Claro que eles tem vias de escape. Mas nós também temos. 
Essa é outra injustiça feminina. Entretenimento feminino é de segunda a sábado, das 18h às 22h - ou seja, novela. Entretenimento masculino pode ser (e nem sempre é) de quarta, quinta, sábado e domingo, 2 horas por dia. E nós somos capazes de reclamar disso. Não vemos graça no esporte favorito da nação (eu sinceramente não vejo), mas é totalmente cabível os italianos falarem português na Itália, um estilista famoso não ter sua identidade secreta revelada ou qualquer outra coisa do gênero. Homem não pode beber com os amigos, mas mulher pode ir ao Shopping sem o namorado/noivo/marido - de preferência, só com o cartão dele.
Queremos ter independência financeira - em partes. Até o jantar de aniversário de namoro/noivado/casamento, num restaurante bem caro - e com cardápio bem exótico (i. é, comida ruim). Ali ele se torna o homem, o provedor, o "cavalheiro". Mas se comprar uma lava-louças, pensando em nos poupar dessa ingrata tarefa, "o que ele está pensando?!". Queremos pagar o ingresso no cinema; mas ele pode nos dar de presente aquele tamanco lançamento metade-do-salário-do-mês (e que se ele pudesse, diria que achou feio - mas ele não pode).
Opinião de homem não vale um centavo. A gente pede só pra fazer o contrário. "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Não corta não, tá bonito" "Você acha então que eu tenho que te agradar, fazer a sua vontade?!". Ou então: "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Corta, vai ficar legal, diferente" "Você não gosta do meu cabelo assim?! O que você tem contra ele?!". Há quem diga que mulher não se arruma pros homens, mas pras outras mulheres. Eu não sei. Mas que ela só ouve os conselhos das amigas, isso é verdade.
Enfim, mulher é mais complicada que matemática espacial, física nuclear, teoria das cordas, genética, filosofia avançada, russo, línguas nórdicas e socialismo político-econômico - tudo junto. Mulher é tão complicada, que nem ela sabe se definir. Tem dia que nem ela mesma se suporta; mas tem dia que ela se ama mais que tudo nessa vida. Deve ser por isso que eu amo ser mulher - hoje; amanhã não garanto acordar não querendo ser homem... brincadeira!

domingo, 28 de novembro de 2010

Não pra mim

Essa calça apertada
Não cabe em mim
Passar a noite na balada
Não é pra mim

Opiniões pré-moldadas
Não servem pra mim
Discussões acaloradas
Não estou afim

Essa mania de querer sempre mais
De nunca ficar em paz
De não olhar pra trás

Essa vontade de viver tudo de uma vez
De se arrepender do que não fez
Querer viver um ano em um mês

E eu me pergunto se foi sempre assim
Se não faz sentido só pra mim
Quando o NÃO virou SIM ?!

Descobriremos o culpado só no fim ?!
Perdemos todos os detlhes e afins
Pra percebemos que estávamos certos e errados, enfim?!

Pela metade

Pensamentos pela metade
Meio poesia, meio prosa
Bloqueios de criatividade
Sinto a mente vagarosa

Explicações

Meu mp4 novo é do mal. Ele não respeita a organização em pastas que eu fiz, pensa que sabe mais do que eu em termos de organização (ele pode não estar errado, mas me recuso a perder pra uma máquina), e bagunça geral as minhas músicas.


Meu mp3 antigo é do bem, mas um pouco limitado em espaço (coitado, 1 GB só), e está com o fone de ouvido quebrado.


Essa novela toda pra dizer que ouvir o primeiro álbum do Red Hot não foi uma tarefa fácil - como se simplesmente ouví-lo fosse. Mas essa semana sai a resenha dele, e se o mundo conspirar ao meu favor, de outros também.


Unsbeijos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Quis (Ser Quem Não Sou)

Eu quis nunca mais
Estar aqui agora
Fugir daqui sem demora
E deixar tudo pra trás

Quis ser diferente do que sou
Trocar de lugar com alguém
Ou mesmo não ser ninguém
Pra não ter que lembrar o que passou

Eu quis fugir de mim e dos outros
Eu tentei ser normal
Quis ser a todos igual
Sem saber que eram todos loucos

Eu vi todos felizes nadando
E sem pensar me joguei ao mar
Mas lembrei que não sei nadar
E então acabei me afogando

Eu quis, por um momento,
Viver num sonho delirante,
E mesmo que por um instante,
Viver sem o meu sofrimento.

Eu quis ser quem não sou
E estar onde não era meu lugar
Mas mesmo que eu venha mudar
Eu que devo escolher pra onde vou.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Vermelhos e Quentes como Pimentas ao Quadrado

Update: Troquei alguns vídeos, porque os outros não rodavam. Thanks! Mari, pelo aviso.

O título é uma brincadeira com o nome da banda: Red Hot Chili Peppers (na tradução literal: Vermelho, Quente, Pimenta, Pimenta). E antes que alguém me pergunte, eu não sei a diferença entre uma pimenta e outra, eu não entendo de pimenta, eu entendo de Chili Peppers (e quem achar graça do trocadilho não me conte, porque eu não o fiz pra ter graça, ele NÃO TEM GRAÇA, ok?!).


Qual é o sentido do nome da banda?! A primeira lição a se aprender sobre os Red Hot: não procure sentido. Nunca. Não espere por nada. Não pense que você vai entender, porque você não vai. Sério. Se quer que as coisas façam sentido, se quer entender, se quer tentar adivinhar qual será o próximo passo, procure outra banda. Essa não fará isso por você.


Anthony Kiedis [vocalista da banda] dá uma explicação bem "mais ou menos" na sua biografia (que eu estou relendo para ajudar a construir os posts. Aliás, escreverei também um post sobre releituras mais pra frente, me cobrem): "(...) Até hoje, Tree [não lembro quem é] e Flea [baixista] afirmam que eles inventaram Red Hot Chili Peppers. É uma derivação de um blues ou jazz clássico da velha guarda. (...) Se você pensar em Red Hot Chili Peppers em termos de um sentimento, uma sensação ou uma energia, é perfeito para nossa banda, mas se você pensar em termos de um vegetal, ele assume várias conotações bregas. (...) Basta dizer que achamos louco quando as pessoas começaram a trazer pimentas para nossos shows, numa espécie de oferenda." Já vi em entrevistas outras explicações, mas como memória é artigo de luxo pra mim, vou ficar devendo essa informação pra vocês... So sorry...


A formação original da banda é: Anthony (vocal); Flea (baixo); Hillel Slovak (guitarra); e Jack Irons (bateria). Essa não é a formação que gravou o primeiro álbum (Jack Sherman e Cliff Martinez no lugar de Hillel e Jack Irons, respectivamente). No segundo álbum Hillel volta e sai Jack Sherman, e no terceiro voltamos a ter a formação original. Isso não dura muito. Hillel morre por overdose e Jack Irons abandona a banda. Depois de alguns bateristas (não me lembro ao certo quantos) e zilhares de guitarristas, temos a formação mais conhecida dos Chili Peppers: Os dois primeiros, mais Chad Smith na bateria e John Frusciante na guitarra. Lançamento do quarto álbum, mudança de gravadora e então lançamento de um dos mais famosos (e o melhor) álbum deles: Blood Sugar Sex Magik. John sai da banda (em parte por certas atitudes não-louváveis do Anthony, em parte pela maluquice própria). Dave Navarro é escalado para substituí-lo (não sem antes passarmos pela odisséia de mais zilhões de guitarristas - de novo). Sexto álbum lançado, John volta, teremos agora o (provavelmente) mais conhecido e rentável álbum da carreira: Californication - pausa para ouvirmos a "galera" cantando totalmente errado o refrão de "Otherside" no Rock In Rio III. Oitavo álbum lançado, sem alcançar o mesmo sucesso - óbvio. Nono álbum (duplo) lançado e um hiato de 4 anos. No meio desse hiato John nos revela que está deixando a banda (dessa vez, até onde eu saiba, só pra continuar com as birutices dele). Estamos agora em 2010 com a promessa de um novo álbum em 2011 e a vinda deles para o Rock In Rio IV (YEAH!!!!). O guitarrista que fica no lugar de John é Josh Klinghoffer (não sei nada sobre ele, nem como se pronuncia o sobrenome. Quando descobrir, aviso).


Esse post não conta muito sobre as "fases" do Red Hot pois pretendo falar sobre isso nos outros posts. Mas só pra você ter certeza que conhece Red Hot Chili Peppers (já cantarolou alguma música deles, já achou esquisito algum clipe deles, já se perguntou: "Mas que @#$%&* é essa?!"):
























Antes de mais nada...

Essa semana está sendo PUNK! Muito serviço, mp3 com fone quebrado, mp4 com entrega atrasada e configurações ainda não totalmente dominadas "y otras cositas mas..."

Prometi um post sobre os Red Hot (em construção) e outros sobre cada álbum de estúdio deles... Mesmo que eu tivesse postado no domingo o geral e na segunda começasse com os álbuns, mesmo assim eu não terminaria os posts especiais essa semana (9 álbuns X 7 dias, dá pra entender a lógica, né?!)

Mas hoje já é quarta e ainda não postei nenhum álbum, nem o geral sobre a banda (ainda). Estou atrasada. Mas não esqueci. Promessa é dívida - e eu odeio ficar devendo.

My Friends







My friends are so depressed
I feel the question
Of your loneliness
Confide... 'cause I'll be on your side
You know I will, you know I will

Ex Girlfriend called me up
Alone and desperate
On the prison phone
They want... to give her 7 years
For being sad

CHORUS :
I love all of you
Hurt by the cold
So hard and lonely too
When you don't know yourself

My friends are so distressed
And standing on
The brink of emptiness
No words... I know of to express
This emptiness

CHORUS :
I love all of you
Hurt by the cold
So hard and lonely too
When you don't know yourself

Imagine me taught by tragedy
Release is peace
I heard a little girl
And what she said
Was something beautiful
To give... your love
No matter what
Is what she said
RED HOT CHILI PEPPERS

É cada vez mais difícil escolher

Você às vezes sente que corre, corre e não chega a lugar nenhum? Que trabalha, trabalha, e não produz o que queria? Que tem coisa demais para fazer e não faz o que precisa? Que a lista de tarefas nunca acaba?

Ninguém escapa de se sentir assim de vez em quando. Ou de vez em sempre.

E a tecnologia, que na teoria deveria nos libertar, muitas vezes piora nossa sensação de prisão.

A pressão para estar no Orkut, no Facebook, no Twitter, fazer novos amigos, comentar tudo, ter mais seguidores, favoritar, estar atualizado 24 horas por dia - chega!

Uns escapam de um jeito, outro de outro. Uma amiga decidiu que sua ótima vida, como profissional bem-sucedida, simplesmente não é para ela. Vai pra Nova York, segundo ela, “ler”.

Decidiu que quer andar de jeans e tênis, pegar metrô, cozinhar o que gosta, conversar sobre o que quer. Boa viagem, professora.

Eu fantasio com uma vida mais simples. Você não? Dou meus passinhos pequenos nesta direção. E uns passões para trás. Tanta coisa para fazer, tantas possibilidades - decidir é difícil. Quero menos opções.

Sheena Iyengar, professora na Columbia University, realizou um experimento muito interessante. Ofereceu para um grupo de pessoas seis tipos de geléia para comprar; e para outro grupo, 26 sabores, incluindo os seis do outro grupo.

Quem você acha que comprou mais geleia? O grupo que só podia escolher entre seis sabores. Quanto mais numerosas nossas opções, mais difícil escolher uma.

Frequentemente acabamos escolhendo nenhuma. Ou decidindo escolher nenhuma, ou simplesmente procrastinando, deixando para depois, e deixando a vida nos levar sem decidir nada.

Eu já sabia disso instintivamente. É a sensação que me paralisa em uma megaloja de discos ou uma livraria gigante, recheadas de ofertas irresistíveis. Conheço a solução. É criar as regras antes de entrar na loja.

Na Amoeba, loja de CDs e filmes em Los Angeles que frequento uma vez por ano, só entro depois de decidir a regra do dia: hoje, só comprarei caixas de CDs que estejam em promoção e documentários em DVD.

Nem olho para o resto. É focar e relaxar. Acabo comprando alguma coisa fora da minha regra do dia?

Inevitavelmente. Mas depois que a cesta está cheia de coisas é que vou dar a última bispada, e termino escolhendo só mais dois ou três itens “fora das regras”.

Como transportar esta estratégia para minha vida cotidiana? Vou tentar.

Depois te conto o que aprendi.

 
André Forastieri

Jornalista

http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/

sábado, 20 de novembro de 2010

Sobre adolescência, irmãos e bandas...

Eu tinha 11 anos. Eu tinha 11 anos e um irmão 4 anos mais velho. Eu tinha 11 anos, um irmão 4 anos mais velho, e estava mudando de escola. Eu tinha 11 anos. Não é fácil ser adolescente. Aliás, dizer que não é fácil é eufemismo. Ser adolescente é duro. Insuportável. Angustiante. E estamos falando não de 1, mas 2 adolescentes de sexos diferentes habitando uma mesma casa - e um mesmo quarto. Como sobrevivemos?! Como hoje somos amigos de viajar juntos, eu passar o fim-de-semana na casa dele e ele voltar pra cá de vez em quando?! Como hoje temos o maior respeito e admiração um pelo outro?! Não posso atribuir tudo isso a uma banda. Não posso dizer que uma banda de rock foi responsável pelos laços que nos unem (lindo isso, não?!). Isso é graças a formação familiar que tivemos, a nossa educação, o ambiente em que fomos criados. Mas posso garantir que uma banda de rock facilitou nossa convivência durante a - tenebrosa - adolescência.
Eu tinha 11 anos quando fui apresentada ao Red Hot Chili Peppers. Eu ouvia Sandy & Júnior, Britney Spears e Band FM. Meu irmão trouxe 2 albuns do Red Hot - pelo menos é assim que eu me lembro. Havia uma energia naquela música, uma vibração, qualquer coisa que nos atinge fatalmente e então ficamos perplexos. Não foi gradativo. Não foi aos poucos. Foi instantâneo. Difícil explicar esse tipo de coisa. Mas é fácil dizer as consequências disso.
Não deixamos de ser irmãos adolescentes por isso. Eu não deixei de ouvir Britney Spears e POP em geral. Mas quando o Fantástico abriu uma votação para qual clipe iria passar no final, se o novo do Red Hot ou o novo do Sandy & Junior, eu torci para que o Red Hot ganhasse - e assim foi. Isso porque eu ainda gostava de Sandy & Junior na época. Quando eles tocaram no Rock In Rio 2000, eu fiquei a madrugada acordada com meu irmão, lançando pragas no Márcio Garcia por falar durante o Show (pelo jeito não fomos só nós, esse aí não conseguiu ser galã nem de novela da Glória Perez, que até o sem-expressão Murilo Benício consegue). Em 2002, mais precisamente no dia 12 de Outubro, que foi um sábado (certas coisas nessa vida marcam, ok?!), eu me senti um pouco lá com meu irmão quando os Chili Peppers tocaram no Pacaembu. Eu também amaldiçoei toda a rádio 89fm, que agora virou um sei-lá-o-quê mas na época era a rádio rock, por não transmitir o show direito.
Não ouço as mesmas músicas que meu irmão. E ele com certeza não curte metade do que curto. Mas atravessamos nossas adolescências ouvindo CDs inteiros, assistindo a programas, gravando videoclipes (fita VHS, lembra?! ok!, sou velha), comprando revistas, tudo por uma banda. Eu realmente não posso dizer que se não fosse o Red Hot, não seriamos tão unidos. Mas posso garantir que teria sido muito (mas muito mesmo) mais difícl.

Programação Especial

Essa semana que começa amanhã (porque as semanas começam aos domingos, sabia?!) teremos uma programação especial no Blog. Tentaremos explicar da maneira mais apaixonada e justa, ao mesmo tempo, a trajetória dos Red Hot Chili Peppers através dos seus 9 álbuns de inéditas.

Por quê?! Porque o Blog é meu, oras!!! Isso é muito egocêntrico?! Ok! então, porque essa é a melhor banda do mundo. Isso soa muito fã?! E se eu disser que é porque eles lançarão um CD de inéditas ano-que-vem, e serão a atração principal de um dos dias do Rock In Rio, pode ser?! Estou sendo apressada?! Então volte ao começo do parágrafo e lembre-se: o Blog é MEU, EU que mando.

Antes de começar a falar sobre os CDs, farei um post introdutório para aqueles que conseguiram viver até hoje sem saber da existência dessa banda. E aqueles que já conhecem, acrescentem o que quiserem nos comentários. A todos: Enjoy it!

Programação Especial

Essa semana que começa amanhã (porque as semanas começam aos domingos, sabia?!) teremos uma programação especial no Blog. Tentaremos explicar da maneira mais apaixonada e justa, ao mesmo tempo, a trajetória dos Red Hot Chili Peppers através dos seus 9 álbuns de inéditas.

Por quê?! Porque o Blog é meu, oras!!! Isso é muito egocêntrico?! Ok! então, porque essa é a melhor banda do mundo. Isso soa muito fã?! E se eu disser que é porque eles lançarão um CD de inéditas ano-que-vem, e serão a atração principal de um dos dias do Rock In Rio, pode ser?! Estou sendo apressada?! Então volte ao começo do parágrafo e lembre-se: o Blog é MEU, EU que mando.

Antes de começar a falar sobre os CDs, farei um post introdutório para aqueles que conseguiram viver até hoje sem saber da existência dessa banda. E aqueles que já conhecem, acrescentem o que quiserem nos comentários. A todos: Enjoy it!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Antes que eu me esqueça...

... passei na prova do DETRAN. Só isso. SÓ ISSO. Como uma coisa que fazia TODA a diferença antes, parece não ter muita importância depois?! Não logo depois, claro. No dia parecia que eu tinha ganhado na MEGA-SENA (o que não seria uma má ideia, o que eu gastei com essa carta). Cheguei no serviço com o sorriso do gato de cheshire (o da Alice, sabe?!), sai pra comemorar na sexta, era uma pessoa feliz. FELIZ!

Mas uma semana depois (exatamente isso) parece que eu tenho carta de motorista há 5 anos - dois erros nessa afirmação: 1º que eu ainda não tenho carta, ela chega até o fim do mês na Auto-Escola; 2º que se fosse há 5 anos, eu teria 16, e aqui no Brasil não se pode tirar carta antes dos 18 (e agora vocês sabem a minha idade). Como pode isso?! Como pode, como pode?! Sei lá, a bexiga estourou e seus restos já foram varridos (não entendeu?! leia posts anteriores).

Agora tenho outras inquietações. Outras ansiedades. Uma boa, inclusive. Mas isso fica pra semana-que-vem. Semana-que-vem vocês descobrirão um pouquinho mais de mim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O atoleiro do passado

Tempos de definição são difíceis. Duros. Exigem de nós energia que por vezes não temos — não é todo dia que queremos lutar contra sentimentos díspares, complicados, que desejamos nos perguntar se realmente o amor acabou, se o que sobrou foi só carinho e preocupação, ou se ainda existe um resquício mínimo que guarda em si a possibilidade do renascimento. Não é todo dia que temos fôlego para questionar o que fizemos de nossa vida até aqui e qual o rumo que realmente queremos dar a ela. Cansa. Exaure.

Algumas cisões mudam toda a maneira de ver o mundo: lá se vai a crença de um amor que resiste a tudo e fica um gosto estranho de fracasso, como se as emoções, e as pessoas, pudessem ser avaliadas em termos tão maniqueístas. Separar-se de alguém que se amou demais é, antes de mais nada, triste. Mas tristezas, por mais fundas que sejam, passam. Desde que não as alimentemos.

A forma mais comum de alimentá-las é insistir em um contato nocivo por nos trazer alento, um tanto duvidoso, mas um alento: a voz conhecida, as palavras um dia tão queridas, o choro que sabemos como estancar, a risada que nos lembra dias mais ensolarados (você já reparou como nos sentimos mais acolhidos com a segurança do passado conhecido, com todos os seus problemas, do que com o vislumbre do futuro?). Alimentá-la é achar que isso pode, em algum nível, fazer bem para algum dos dois. Eu já participei dessa peça. É como manter vivo um paciente com falência cerebral na esperança de que um milagre o faça acordar sorrindo, inteiro. Dói todos os dias em que isso não acontece. E dói mais ainda quando, finalmente, ele morre — mas, então, pelo menos, todos estão livres para seguir a vida.

A verdade é que enquanto não decidimos se acabou ou não, se queremos aquela relação de volta (com todas as idiossincrasias, neuroses e desgastes que nos fizeram partir) ou se ela faz parte do panteão do passado, nada anda. Atolamos. Ninguém novo pode entrar, arejar os dias. Nem sozinho ficamos bem. Só a vulto constante da tristeza nos acompanha, mesmo nas horas mais alegres — ela sabe que, a qualquer momento, a guarda baixará e haverá espaço suficiente para voltar a instalar.

Enquanto continuarmos a olhar para trás, o passado é tudo o que veremos – mesmo não significando que ele seja tudo o que existe.

Ailin Aleixo
http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/mulher-honesta/

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pequenos Eventos, Grandes Eventos

O que vem a ser evento, primeiramente?! O dicionário de língua portuguesa o define assim: sm (lat eventu1 Acontecimento, sucesso. 2 Eventualidade.

O que seria um grande evento?! Uma série de Shows, ou melhor, um Festival de Música, que contasse com 3 grandes edições no país de origem, e algumas outras em outros países, seria um grande evento?! Hum... Sim!!!

Ok. E agora, o que seria um pequeno evento?! Uma pequena notícia numa página (confiável) da internet, sobre quais bandas vão tocar no Festival já citado, poderia ser considerado um pequeno evento?! Também...

E a variedade de sensações, sentimentos, lembranças e outras coisas que essa notícia pode causar em uma pessoa?! Como classificar?!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Wicked Game: 1 Música, 2 Vozes







Siobhan Magnus - American Idol







Rebecca Ferguson - X Factor

Wicked Game

The world was on fire and
No one could save me but you
It's strange what desire make foolish people do
I never dreamed that I'd meet somebody like you
I never dreamed that I'd lose somebody like you

No, I don't want to fall in love (This love is only gonna break your heart)
No, I don't want to fall in love (This love is only gonna break your heart)
With you

What a wicked game to play
To make me feel this way
What a wicked thing to do
To let me dream of you
What a wicked thing to say
You never felt this way
What a wicked thing to do
To make me dream of you

And I wanna fall in love (This love is only gonna break your heart)
No, I don't want to fall in love (This love is only gonna break your heart)
With you
Chris Isaak

No final das contas, o que é amar alguém?

Jamais soube, verdadeiramente, o que significava amar. Não o amor de amigos, família – esse é fácil de distinguir, seja pela força do sangue, seja pelo poder agregador da história em comum. Nunca consegui identificar os indícios da existência do amor quando o envolvido era aquele que entrava na minha vida e permanecia, mudando tantas coisas, acertando outras tão desarrumadas há tempos, adicionando complicações e prazeres. A incerteza estava sempre lá, questionando se aquilo era amor ou apenas uma sensação prolongada de satisfação que, fatalmente, acabaria. E, se acabasse, teria sido amor?

Em algum canto de mim morava a certeza tolamente romântica de que, quando se tornasse realidade, ele curaria minha ansiedade inerente e instalaria a tranqüilidade tão desejada, necessária. Mas isso não aconteceu. Nunca uma pessoa apaziguou meu tumulto. Então teria sido amor?

Os fatos – tão repletos de ausência de sentido em tantos momentos – que me deixam incrédula, rancorosa, triste, seriam apenas pequenos contratempos sem importância comparados ao brilho e à dimensão que a entrada do amor daria a minha vida. Alguns homens passaram por mim, mas a ocasional frustração e a raiva causadas por palavras ferinas e atos escusos – e a inevitável decepção atrelada a eles – nunca deixaram de me assolar. Se a presença de nenhum deles tornou insignificante minha angústia, teria sido amor?

Jamais desejei, com urgência e paixão uterinas, ter filhos com um homem nem sonhei com uma grande mesa repleta de netos, noras e genros. Também não me imaginei, idosa, ao lado dele a passear pela rua. E me senti uma subespécie de mulher, isolada do resto da humanidade portadora de belos desejos a longo prazo: se nunca vislumbrei esse futuro conjunto, teria sido amor?

Demorei para aprender, mas hoje compreendo o significado de amar. O meu significado. Amar alguém é curtir o correr dos dias ao lado dele, tirando, a cada oportunidade, o peso devastador das expectativas, porque é da leveza que nasce a harmonia. É sentir (e não saber – o que faz toda a diferença) que ele precisará da minha ajuda tanto quanto eu de um ombro para descansar; que o fim não mede a beleza de uma relação, assim como a morte não anula quem fomos; que nada, nem ninguém, arrancará de mim as sensações que me fazem ser quem sou (e que precisarei, sozinha, não destruí-las, mas lidar com elas); entender que a obrigação de me salvar é absolutamente minha.

Amar alguém é ter a liberdade de ser.
Ailin Aleixo

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Teardrops

Whenever i hear good-byes, remind me baby of you
I break down and cry, next time i'll be true, yeah
Fever for lost romance, remind me baby of you
i took a crazy chance and next time i'll be true, i'll be true, i'll be true

Footsteps on the dancefloor, remind me baby of you
Teardrops in my eyes, next time i'll be true, yeah
Whispers in the powder room, she cries on every tune, every tune, every tune

And the music dont feel like it did when i felt it with you
Nothing that i do or feel ever feels like i felt it with you

When im dancing round, remind me baby of you
I really let you down, next time i'll be true yeah
I took a crazy chance, she cries on every tune, every tune, every tune

Footsteps on the dancefloor, remind me baby of you
Teardrops in my eyes, next time i'll be true yeah
Whispers in the powder room, she cries on every tune, every tune, every tune

And the music dont feel like it did when i felt it with you
Nothing that i do or feel ever feels like i felt it with you





segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Make You Feel My Love

When the rain is blowing in your face
And the whole world is on your case
I could offer you a warm embrace
To make you feel my love

When the evening shadows and the stars appear
And there is no one there to dry your tears
I could hold you for a million years
To make you feel my love

I know you haven’t made your mind up yet
But I would never do you wrong
I’ve known it from the moment that we met
No doubt in my mind where you belong

I’d go hungry, I’d go black and blue
I’d go crawling down the avenue
There’s nothing that I wouldn’t do
To make you feel my love

The storms are raging on the rollin’ sea
And on the highway of regret
The winds of change are blowing wild and free
You ain’t seen nothing like me yet

I could make you happy, make your dreams come true
Nothing that I wouldn’t do
Go to the ends of the earth for you
To make you feel my love

 
Bob Dylan

 

sábado, 6 de novembro de 2010

Meu desejo pra mim essa semana






Feeling Good

Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds drifting on by you know how I feel
Its a new dawn it's a new day its a new life for me
And I'm feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom in the trees you know how I feel
It's a new dawn its a new day it's a new life for me
And I'm feeling good

Dragonflies all out in the sun
You know what I mean, don't you know
Butterflies are all having fun
You know what I mean
Sleep in peace
When the day is done
And this old world is new world and a bold world for me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Yeah freedom is my life
And you know how I feel
Its a new dawn its a new day its a new life for me
And I'm feeling good

Feeling Good

Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds drifting on by you know how I feel
Its a new dawn it's a new day its a new life for me
And I'm feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom in the trees you know how I feel
It's a new dawn its a new day it's a new life for me
And I'm feeling good

Dragonflies all out in the sun
You know what I mean, don't you know
Butterflies are all having fun
You know what I mean
Sleep in peace
When the day is done
And this old world is new world and a bold world for me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Yeah freedom is my life
And you know how I feel
Its a new dawn its a new day its a new life for me
And I'm feeling good





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mensagens Motivacionais me desmotivam

Já reparou como todo mundo tem a solução pro SEU problema, menos VOCÊ?! É impressionante o tanto de conselhos que ganhamos, muitos sem pedí-los, e quase todos sem aplicá-los...
Fiquei pensando no porque disso, porque todo mundo tem algo a lhe dizer sobre o que você está passando. E a resposta é muito óbvia, e me sinto até idiota por demorar tanto tempo pra chegar a essa conclusão: porque o problema não é dele. A vida não é dele, o emprego não é dele, a namorada (ou a falta de) não é dele. Se fosse, ele não perdia tempo filosofando e tentava fazer alguma coisa. E se não desse certo, ele ficaria louco da vida, pensaria um monte de besteira e deixava quieto - ou tentava outra coisa, sei lá.
Agora, o problema é seu. Vida, emprego, família, amigos, o que quer que esteja te incomodando, é problema seu. Você pensa em fazer alguma coisa, ou não pensa em fazer nada. Você está triste, chateado, irado, deprimido. Então vem aquela pessoa legal e te fala um monte de coisa bonita. Aí você vê a beleza da vida e esquece dos seus problemas. NOT. Você continua do jeito que estava, ou talvez um pouco pior, porque as pessoas não te entendem, ou então porque você passa a acreditar que não tem motivo para estar assim. Peraí! Lembra de quem é o problema?! Lembra de quem é a vida?! Lembra?! É a sua vida, é o seu problema! Meu filho, um chute no seu estômago não dói em mim. Eu posso até me compadecer de você, posso até te levar ao pronto socorro, mas te falar que a dor é pra lembrarmos que estamos vivos, e dê graças a Deus por ter estômago... não né?! Hora mais chata de passar mensagens positivas e bonitinhas.
Livros de auto-ajuda são muito legais. Você lê um monte de coisa interessante neles. Mas se eu puder te dar um conselho (e será só um): não os leia quando estiver deprimido. Não adianta. "Veja a vida positivamente". Legal, quero fazer isso, mas no momento eu preciso saber como. "As respostas não estão neste livro, mas sim dentro de você". E eu posso saber porque razão gastei 9,90 para ter o livro?! Sério mesmo, leia auto-ajuda num momento bom da sua vida. Ele está cheio de mensagens e alguma coisa sempre é útil. Mas quando tudo que você quer é chorar feito criança e gritar: "Eu quero a minha mãe!", acredite, ele não serve pra nada.
O problema do ser humano é achar que a vida deve ser só alegria, que todo mundo é feliz menos você, que não existe espaço pra raiva, mágoa ou desânimo. Embora não sejam realmente os mais nobres sentimentos, tentar ignorá-los não vai desaparecer com eles, da mesma forma como o lixo não some da sua casa num piscar de olhos - quem dera...
Sinta raiva, xingue, chore, durma um fim-de-semana inteiro e fique meio deprê de vez em quando. E se alguém quiser te enfiar goela abaixo mensagem de vida ou lição de moral, mande ele pro inferno e seja feliz - ou não, você que sabe.

Nem desistir nem tentar, agora tanto faz...

Olhando pras minhas unhas da mão, pintadas com uma camada de "audrey" e por cima "psy", com o verso pintado de "cherry", enquanto vejo uma receita de pavê gelado de sonho de valsa, com outra aba aberta na letra da música "Hunter", da Dido, mais 3 (três!) e-mails abertos, e pensando em como eu fui mal nas aulas de direção pré prova. Pois é.

O instrutor avisa que o local da prova mudou, o que pode ser bom, e pode não ser também. Parece mais fácil, mas tem outras dificuldades. E eu nem conseguindo fazer o básico. Em duas aulas, acertei duas vezes a baliza e uma o estacionamento.

Tenho mais duas aulas segunda-feira, mas isso não me anima muito. Desde a primeira vez que eu não passei, tenho pensado seriamente em desistir. Desistir mesmo, admitir a mim mesma que não nasci pra isso, não tenho esse dom, não sou capaz. Simplesmente acreditar que algumas pessoas passarão por essa vida sem aprender a dirigir, e eu tenho quase certeza que sou uma delas...

O problema de ser inteligente (e sei que sou) é que isso cria um certo orgulho na pessoa. Não passar na prova do DETRAN de primeira (nem de segunda) é doloroso, e quando percebo que tenho chances (das maiores, a propósito) de não passar na terceira tentativa, começo a duvidar da minha própria inteligência, e embora tenha passado em 5 concursos (yeah!), eu me sinto uma idiota quando estou atrás de um volante.

Talvez o certo seria não eu acreditar que é impossível passar na prova, mas que com certeza será mais difícil do que passar num concurso. Porque eu realmente nunca estudei seriamente pra passar num concurso, eu simplesmente ia lá e fazia. Mas a prova de direção não é assim tão fácil. Por isso, vai exigir mais esforço, empenho, dedicação, treino e, principalmente, vontade de passar. Não posso jogar pro alto tudo o que fiz pra chegar até aqui e dizer: "Seja o que Deus quiser". Eu acredito sim em Deus, só que dessa vez, acho que isso está nas minhas mãos.

Parei na metade desse texto pra almoçar, por dois motivos: 1º Troquei de horário com a outra secretária; 2º Estava (estou) com muita dor-de-cabeça, e pra eliminar uma causa (fome), fui encher meu estômago. Embora o almoço tenha sido delicioso e eu comi mais do que devia, a dor não passou, o que nos leva a mais 3 causas: 1º Sono, porque eu fui dormir muito tarde pra ver quem saia d'A Fazenda (e ainda assim não vi, acredita?! Vou ver agora na internet); 2º Cabelo preso depois de uma temporada de cabelos soltos ao vento - mas nem, hoje de manhã ele acordou muito rebelde, tive que prendê-lo; ou 3º Ansiedade pré-prova, muito comum em pessoas normais, freqüente em pessoas ansiosas, natural como ir ao banheiro pra mim. Antes de terminar de escrever esse post (que será conhecido como a "Ilíada" do blog, só que sem toda a veia poética/artística/cultural/histórica da já citada) liguei pra minha mãe, e ela me contou que a prova foi remarcada pra sexta-feira, o que me dá mais uma semana pra passar mal. Liguei na auto-escola e graças ao bom Deus o pessoal de lá teve a sagacidade de mudar minha aula para quinta-feira, mesmo horário. Só esqueceram de avisar, né?!
Obs.: Nada do que escrevi aqui foi irônico, embora muitas vezes possa parecer...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

REFLEXOS DO OUTRO LADO DO ESPELHO

Em 1996, três neurocientistas da Universidade de Parma, após anos de pesquisas com macacos, descobriram um grupo de células na parte frontal do cérebro do símio que entrava em funcionamento cada vez que o macaco executava um movimento ou via alguém executar alguma ação. Denominaram aquele agrupamento de células de neurônios-espelho e a descoberta foi saudada pela comunidade científica. As pesquisas não pararam e, anos mais tarde, descobriu-se que os humanos têm circuitos muito mais sofisticados de neurônios-espelho e os nossos, aparentemente, são encontrados em todas as partes do cérebro, o que explicaria o resultado na evolução das relações sociais na espécie, como a linguagem e seus intricados sistemas gramaticais.

Ando à cata dos tais neurônios-espelho, tal qual uma criança que aprendeu uma palavra nova e quer usá-la em todas as ocasiões. São eles os responsáveis pelos braços daquela bailarina que copiou os da mestra na cinzenta sala de ensaio, porque, quando os tais neurônios iluminam-se na massa cinzenta, eles permitem que nos coloquemos no lugar do outro e realmente sintamos a dor ou alegria alheias, além do entendimento conceitual. São os neurônios-espelho que nos emocionam na plateia do teatro e também são eles os responsáveis pela gargalhada que cresce numa espiral na direção do urdimento, porque mimetizam a dor, a alegria e a surpresa das personagens. São eles, enfim, que fazem os bebês imitar as expressões faciais dos adultos e, agora, acaba de me ocorrer que os santos, aqueles que são lembrados por sua piedade, devem fazer uso integral de seus neurônios-espelho. Compaixão não é coisa que se adquira sem a capacidade de viver, por um momento que seja, a vida do outro.

O mais importante nessa descoberta, entretanto, foi que a existência dos neurônios-espelho – que, em última análise, e numa hipotética projeção futura, seriam capazes de ler mentes, já que nos possibilitam ter um absoluto entendimento emocional do outro – associa a cultura à biologia definitivamente e nos torna cada vez mais responsáveis pelas atitudes e pelo conteúdo que vamos refletir nos bilhões de pequenos espelhos nos circuitos internos das novas gerações.

Ando, por isso, também revisitando meus espelhos, resgatando imagens e gestos que ficaram aprisionados ali. Imagino que todos eles devem ter se acendido em festa ao ver Bibi Ferreira em “Hello Dolly”, quando eu tinha meus 8 anos. Tamanho foi o júbilo daquele grupo de células que nunca mais deixei de repetir a cena. Mamãe está sempre com um livro na mão e agradeço a ela pela imagem. Papai gravou na superfície de cada um deles o modo divertido de olhar a vida e me ofereceu, descubro tarde demais, todos os gestos e enunciados de humor que repito vida afora.

É bom revisitar aquilo que ficou gravado. Os espelhos com o passar dos anos tendem a perder o brilho e ficam sem a nitidez de outrora. Resgatá-los é uma tarefa mais agradável do que se supõe. É como recuperar os dados do nosso sofisticado disco rígido e afinal entender a importância daquilo que biologicamente deixamos como a herança de um povo.

Miguel Falabella é ator, diretor, dramaturgo e autor de novelas