Ainda tentando "engolir" a reprovação na 2ª prova. Não, "engolir" não, "digerir". Porque engolir não foi uma opção: ela desceu goela abaixo, rasgando tudo como água gelada quando se está com amigdalite, faringite, laringite e todos os "ites" que doerem nessa hora. Mas digerir, digerir não é automático, não senhor. Nosso estômago que decide se aceita ou não o que desceu. Na maioria das vezes ele é legal e aceita tudo numa boa. Às vezes ele não está nos seus melhores dias, e a gente também não ajuda, então ele manda de volta (isso mesmo, assim mesmo). Mas tem vezes (raras vezes, graças a Deus) que o estômago não se decide sobre o que vai fazer com o que está nele, e aí aquilo fica atravessado.
Se estivéssemos falando de comida, a má digestão do que eu comi há vinte dias já estaria resolvida (por bem ou por mal). Mas quando são situações que ficam atravessadas no estômago, descobri que sal de fruta e chá de boldo não dão jeito.
Já aconteceu de sentir uma dor muito forte (e nem precisa ser de estômago, pode ser qualquer uma, desde que seja forte), mas não tomar remédio, pra ver se ela passa - ou diminui - sozinha?! Acho que foi mais ou menos o que aconteceu comigo. Precisei de um tempo(ão) pra conseguir... ahn... hum... "administrar" a dor. Ela foi intensa na hora, enfraquecendo depois, mas continuou por um bom tempo. E é aí que eu me dei conta do erro: não tinha ido embora, só tinha enfraquecido. A dor acostumada. "Dói, mas já estava doendo antes, agora até é suportável." E continua doendo, e vai se levando, porque é dorzinha, e daqui a pouco passa. Mas a dorzinha, diferente da dorzona, não gosta de ser notada, nem ao menos mencionada. Passam-se os dias, e ela permanece ali, imperceptível, quase invisível, mas presente.
Há dores que se curam sozinhas. Outras que precisam de auxílios. Há aquelas que não se sabe a cura conhecida. Mas o tempo (sim, esse que brinca conosco, de passar tão rápido, e ao mesmo "tempo", tão devagar) ele há de remediar o que não tem remédio. E se não cura a dor, pelo menos a enfraquece.
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