quarta-feira, 31 de julho de 2013

35 anos para ser feliz

Uma notinha instigante na Zero Hora de 30 de setembro: foi realizado em Madri o Primeiro Congresso Internacional da Felicidade, e a conclusão dos congressistas foi que a felicidade só é alcançada depois dos 35 anos. Quem participou desse encontro? Psicólogos, sociólogos, artistas de circo? Não sei. Mas gostei do resultado.

A maioria das pessoas, quando são questionadas sobre o assunto, dizem: “Não existe felicidade, existem apenas momentos felizes”. É o que eu pensava quando habitava a caverna dos 17 anos, para onde não voltaria nem puxada pelos cabelos. Era angústia, solidão, impasses e incertezas pra tudo quanto era lado, minimizados por um garden party de vez em quando, um campeonato de tênis, um feriadão em Garopaba. Os tais momentos felizes.

Adolescente é buzinado dia e noite: tem que estudar para o vestibular, aprender inglês, usar camisinha, dizer não às drogas, não beber quando dirigir, dar satisfação aos pais, ler livros que não quer e administrar dezenas de paixões fulminantes e rompimentos. Não tem grana para ter o próprio canto, costuma deprimir-se de segunda a sexta e só se diverte aos sábados, em locais onde sempre tem fila. É o apocalipse. Felicidade, onde está você? Aqui, na casa dos 30 e sua vizinhança.

Está certo que surgem umas ruguinhas, umas mechas brancas e a barriga salienta-se, mas é um preço justo para o que se ganha em troca. Pense bem: depois dos 30, você paga do próprio bolso o que come e o que veste. Vira-se no inglês, no francês, no italiano e no iídiche, e ai de quem rir do seu sotaque. Não tenta mais o suicídio quando um amor não dá certo, enjoou do cheiro da maconha, apaixonou-se por literatura, trocou sua mochila por uma Samsonitee não precisa da autorização de ninguém para assistir ao canal da Playboy. Talvez não tenha se tornado o bam-bam-bam que sonhou um dia, mas reconhece o rosto que vê no espelho, sabe de quem se trata e simpatiza com o cara.

Depois que cumprimos as missões impostas no berço — ter uma profissão, casar e procriar — passamos a ser livres, a escrever nossa própria história, a valorizar nossas qualidades e ter um certo carinho por nossos defeitos. Somos os titulares de nossas decisões. A juventude faz bem para a pele, mas nunca salvou ninguém de ser careta. A maturidade, sim, permite uma certa loucura. Depois dos 35, conforme descobriram os participantes daquele congresso curioso, estamos mais aptos a dizer que infelicidade não existe, o que existe são momentos infelizes. Sai bem mais em conta.

Martha Medeiros - Outubro de 1998

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Mundo É Dos Babacas (ou porque eu quero ser um)

Um dia (que foi hoje) eu me peguei pensando em porque nem sempre escrevemos o que pensamos na internet. Simples: porque não podemos fazer isso. Mas porque não podemos? Eu poderia escrever muito sobre os "porquês" mas resumindo tudo sobraria que queremos manter uma imagem positiva de nós mesmos para os outros. Resumindo um pouco mais: não queremos ser taxados de babacas.
Mas a questão é: e se já fomos taxados assim? Muito provavelmente continuaremos sendo taxados assim. O que pode acontecer é uma variação de intensidade, em que seremos mais ou menos babacas. E mesmo se o que dissermos fizer sentido, as pessoas mesmo assim comentarão: "eu antes te achava (ou: antes você era) um babaca, mas agora..." Você não perde o título, mesmo que se esforce.
Até hoje isso me parecia muito cruel, mas agora vejo que é libertador. Você escreve o que quiser. As pessoas não discutem com você. Muitas vezes elas nem te leem. Elas te acham um babaca mesmo. O problema já não está mais no que você escreve. Está em você. E se as pessoas não gostam de você, isso já é um outro problema...
Antes eu sentia pena dos babacas. Agora eu sinto inveja.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sobre grandes ironias (ou como dar valor ao que se tem)

A grande ironia é que se eu tivesse prestado vestibular assim que terminei o Ensino Médio, eu estaria (muito provavelmente) terminando a graduação agora. E poderia cursar as disciplinas oferecidas apenas no diurno. E teria mais tempo pra estudar.
Por outro lado, é pouco provável que eu estivesse fazendo alemão. Eu teria sucumbido à opinião de familiares e amigos e feito inglês ou espanhol, porque dá mais dinheiro, e "até japonês é melhor que alemão" (nada contra japonês, está na listinha das línguas a serem aprendidas um dia, mas fiquei chateada com esse comentário REAL que ouvi). Eu não poderia comprar todos os livros que quero - afinal, ou eu não trabalharia, ou estaria num estágio cujo dinheiro daria pra comer todos os dias no bandejão (sem opção) e  minha passagem de ônibus.
Mas de tudo isso, eu sei que a Ana que cursa faculdade agora, por pior que seja, é infinitas vezes melhor que a Ana de 18 anos. Essa Ana é mais paciente (sério mesmo, vocês não me conheceram), é mais confiante, e ao mesmo tempo mais generosa consigo mesma. Essa Ana estuda porque gosta, e estuda o que gosta. Essa Ana pode não saber exatamente o que quer, mas tem certeza do que não quer.
A grande ironia é que, por mais difícil e frustrante e cansativo que seja estar estudando agora, eu não teria dado valor se tivesse conseguido tudo isso antes. Eu não daria valor porque teria sido fácil. Mas como é difícil, eu prezo.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Teste: Eles funcionam mesmo?!

1) Você vê um teste em uma revista ou site e... 
a) Já corre pra fazer 
b) Vê primeiro sobre o que se trata o teste 
c) Não perde tempo com essas bobagens 


2) Ao fazer o teste você... (se você respondeu com um "C" a pergunta anterior, o que ainda está fazendo aqui?!) 
a) Vai respondendo sem pensar muito, afinal, as respostas tem que vir do coração ♥ 
b) Pensa antes de responder, porque quer um resultado condizente com a pessoa que você é 
c) Saca qual é a do teste e começa a responder de acordo com o que vai te deixar com mais pontos 
d) Responde de qualquer jeito mesmo, isso não prova nada 


3) Ao terminar o teste você... 
a) Se surpreende (positivamente) com o resultado 
b) Se surpreende (negativamente) com o resultado 
c) Não se surpreende 
d) Testes não te definem 
e) Refaz o teste pra ver quais são os outros resultados possíveis 






Resultado: Não há. Isso tá mais pra pesquisa de opinião do que pra teste mesmo, só fiz pra me (e talvez te) entreter.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Run Free

Run Free by Rebecca Ferguson on Grooveshark
I used to know a girl, who had a dream
Her head full of ambition, her heart filled with pain
Walking the same walk, seeing the same faces
Wishing she could, trade places

Maybe I could fly away, she'd say
Even though time's moved on,
I still feel the same

And I wanna be happy
And I wanna find my way
And I wanna run free
And I wanna fly away

Every good thing comes at a price
Sometimes you just gotta melt the ice
It's not a question of when, just how
After all this time, I've found

That I wanna be happy
And I wanna find my way
And I wanna run free
And I wanna fly away

I wanna be happy
And I wanna find my way
And I wanna run free
And I wanna fly away

It may take time to find my feet
You'll get there sometime, they say to me

But I wanna be happy
And I wanna find my way
And I wanna run free
And I wanna fly away

I'm gonna be happy
And I wanna find my way
And I, I'm gonna run free,
And I, I'm gonna fly away



Rebecca Ferguson